domingo, 4 de março de 2012

Consagração de Sacerdotes - O Lado direito

Não se trata de preconceitos ou tabus, a tradição da mão "certa" para a escrita ser a direita vem de longa data, originando-se de rituais antigos e chegando até nós filtrado e obscurecido pelas mentes supersticiosas daqueles que, por falta de interesse e instinto pesquisador, transmitiram estes conhecimentos deturpados.

O livro do Êxodo

O livro do Êxodo trata da enorme celeuma que foi a saída dos hebreus (habiru - não eram ainda israelitas) do Egito após um longo período de opressão. Após esta saída com drama de fuga, foi preciso Moisés estabelecer os rituais que iriam pautar a caminhada de 40 anos, e se projetar até tempos bem mais a frente. Cabe dizer aqui que um grupo humano que quer ser denominado NAÇÃO, tem que ter rituais, sem o que a sua cultura se perde. Nós mesmos temos rituais de nossa vida diária, que mantém a nossa psiquê no lugar.

A família de Arão

Moisés, como líder, nunca se abrogou o status de sacerdote, até porque tinha dificuldades para falar (língua pesada). Então ele tomou seu irmão Arão e o fez sacerdote. Arão tinha 4 filhos: Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.

Os sacrifícios de consagração dos sacerdotes

O princípio básico dos rituais religiosos da nação dos hebreus era o sacrifício dos animais. Parece que é uma coisa primitiva, mas ao homem se ensinou, desde tempos remotos (desde Adão), que o homem comete pecados (pois existe certo e errado, ao contrário do que crêem relativistas e ateus) e que estes precisam ser remidos. Ora, e mesmo que não se creia em pecado, o homem sempre esteve criando leis. Se as criou, é porque percebeu que existe um ERRADO que precisa ter seus efeitos deletérios corrigidos por uma providência que COMPENSE estes efeitos.

Vamos analisar a mente de um homem que não acredita que existe o ERRADO. Este homem empresta dinheiro ao vizinho. O vizinho lhe diz que pagará no fim do mês. Mas chega o fim do mês, e este vizinho não lhe paga. O homem vai até a casa do vizinho, e este lhe diz que não vai pagar. Então o homem argumenta bastante com o devedor, mas não adianta, até que perde a paciência e lhe diz:

-  Você pediu emprestado, determinamos um prazo para você me devolver, e agora não quer me pagar.Isto está ERRADO.

O que é isto ? Aquele homem que não achava que existia CERTO e ERRADO, agora invoca este conceito por que lhe interessa no momento ? Tem ele, agora, uma idéia de justiça ? Interessante, não.

Assim são os ateus e descrentes. Um conceito só lhe serve quando interessa.

O sacrifício

O livro do Êxodo (29:1-28) dá as seguintes instruções:

Os animais do sacrifício são: Um Touro e 2 carneiros.

O Touro é a FORÇA, o poder (chifres) e os carneiros são símbolos da submissão e da remissão de pecados. Lembre-se de que Jesus foi/é comparado a um cordeiro, animal manso, submisso ao pastor, e não ao Touro, símbolo da força que beira a auto-suficiência, poder de destruição.

O sacrifício do Touro

No altar eram queimadas as seguintes partes: a gordura que cobre os miúdos, a melhor parte do fígado, os dois rins e a gordura que os cobre. Curiosamente, eles escolhiam as partes que correspondem à reserva de energia do ser humano (gordura), e os filtros do corpo humano ( fígado e rins ). Para tirar os pecados eram oferecidas partes que servem à finalidades menos nobres no corpo (embora necessárias) como carne, couro e tripas.

Antes de ser morto e queimado, o sacerdote e os filhos colocavam a mão sobre a cabeça do animal.

O primeiro Carneiro

O sangue do carneiro (para eles o que correspondia à essência da alma) era aspergido no altar. Antes da crucificação de Jesus, os açoites, considerados uma forma brutal de castigo, destinado somente a machucar, foram perpetrados com a única e exclusiva finalidade de cumprir esta parte do ritual de retirada dos pecados. Ou seja, os açoites eram a única forma de fazer com que o altar de sacrifício (a cruz) ficasse manchado pelo sangue que escorria das costas de Jesus ( e realmente os açoites eram aplicados nesta parte do corpo).

O segundo Carneiro

O sangue deste segundo carneiro era aspergido na orelha direita, no dedo polegar da mão direita e também do pé direito. Depois era borrifado sobre o altar. Misturado ao azeite, o sangue também era aspergido sobre a pessoa e sobre as roupas de Arão e de seus filhos.

Deste eram retirados a gordura, o rabo, a gordura dos miúdos, a melhor parte do fígado, os dois rins com a sua gordura e a coxa direita. O peito e a coxa direita deste carneiro pertencia aos sacerdotes.

Deste modo de ritual veio o tabu sobre ser a mão direita a correta para se ter o jeito e a força, além de ser a mão da escrita. O costume foi sendo passado corrompido em sua significação e finalidade, até chegar à geração dos nossos pais, fazendo grande parte deles corrigir, com brutalidade, a mão dominante das atividades diárias de seus filhos.