quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Nietzsche, intenções subliminares - Parte III

Imparcialidade

A primeira frase sobre a qual nos iremos debruçar nesta parte III é:

"observei que em toda filosofia as intenções morais (ou imorais) constituem a semente donde nasce a planta completa"

Para quem já chegou aos 50 anos, percebe-se claramente a indireta de Nietzsche. Ele está dizendo que tem filósofos que constroem a sua filosofia baseado em seu código de moral. Um momento antes de prosseguirmos, para que citemos a frase de uma psicóloga especializada na corrente do psicodrama, em que o paciente age como ator, reconstruindo uma cena de sua vida:

"Quando você fala sobre alguma coisa, de certa forma está falando sobre você mesmo"

Pois bem, o que pensava Nietzsche ? Que o intelecto dos filósofos é parcial. E ele tem razão. Como quis dizer a psicóloga, NINGUÉM CONSEGUE SAIR DA PRÓPRIA MENTE E EMITIR UM PARECER. Até os ministros do nosso STF (Supremo Tribunal Federal), tendo à sua frente, TODOS ELES, a mesma lei, interpretam-na de forma diversa. Por que ? Não deveriam TODOS emitir a mesma opinião, já que suas fontes são as mesmas ? E por que o ditado: "cada cabeça uma sentença" ? Óbvio. Nenhum de nós é totalmente imparcial. Todos nós fomos educados de formas diferentes.

Então Nietzsche acusa os filósofos de serem o quê ? De serem humanos. E como veremos mais à frente, ele se acha um super-homem.


Condução da moral 

A pergunta "a qual moral querem conduzir-nos ?" é, de certa forma, uma continuação do raciocínio sobre imparcialidade. E ele prossegue, dizendo que não crê num "instinto do conhecimento". A primeira pergunta é uma forma de já desacreditar os filósofos. É um artifício linguístico que corresponde ao ato de colocar no coração do leitor a dúvida. O mesmo fez a serpente ao perguntar à Eva: "É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? "

Guarde bem. A tática dos enganadores é plantar a dúvida no seu coração. O alemão está colocando a dúvida no leitor do seu trabalho, para negar a existência de um "instinto do conhecimento" que seria o PAI DA FILOSOFIA. E logo depois ele faz um jogo de palavras em torno do conhecimento e dos instintos, imputando vaidade aos filósofos e uma espécie de apropriação dos instintos, cada um deles, para dentro de sua filosofia particular. Ele dá a entender que a Filosofia particular de cada filósofo nasce de seus instintos que, eles sim, querem filosofar.

Em resumo, os instintos são elevados ao cargo de Governadores da Filosofia.

Instintos

Vamos relembrar um dos pilares do progresso. O progresso, principalmente científico, vem justamente quando existe um nível de conforto e uma estabilidade tais que o ser humano pode se dedicar às atividades de planejamento e pensamento, porque não precisa lutar, a maior parte do tempo, pela sua sobrevivência. A sobrevivência é que ativa a camada baixa de nosso raciocínio, ou seja, os instintos. Nietzsche tenta complicar os fatores que levam a pessoa a filosofar. Os filósofos fazem filosofia quando os instintos estão adormecidos o suficiente para que a razão possa receber energia suficiente para começar a imaginar um mundo diferente, um PENSAR DIFERENTE. Se não houver nada errado acontecendo, os filósofos morrem de fome.

Mas ele quer atribuir esta inclinação do ser a um instinto ? Então nos encontramos um e queremos lhe dar nome. Nós vamos dar o nome de INSTINTO DE ... CONHECIMENTO, pois é justamente isto que o ser humano busca, quando não tem as tarefas maçantes para fazer. As pesquisas na Internet o provam, as estatísticas do Google o confirmam. Vamos perdoar Nietzsche, neste ponto, por não ter nascido nesta ERA DO CONHECIMENTO na qual vivemos.

Instintos no poder

Diz Nietzsche que nossos instintos querem predominar. Até aí é inteiramente aceitável sua proposição. Mas, em seguida, ele diz que este quer "aspirar a filosofar". Então fica evidente que ele não leu a história Universal até o ano de sua morte, e não presenciou o que viria a seguir. O imperador Alexandre, os imperadores persas, falando de história antiga, tinham os seus conselheiros para pensarem e proporem teses para eles. E na segunda guerra, Hitler tinha o seu "filósofo" Goebbels para propor teses.

O que queremos dizer, é que os seres humanos guiados por instintos, não pensam com clareza, e precisam de alguém que lhes sirva de "alterego ativo" no lado filosófico. Os instintos geram "calor" demais que estragaria a "sopa de temperatura certa" que é o lado filosófico. Querer que instintos filosofem é querer que o drogado consiga jogar paciência, coisa já demonstrada no canal Discovery com quatro indivíduos que consumiram drogas diferentes. É impossível.

Veja esta citação de Goebbels em 1934, para comparar ao que falou Nietzsche, e ao que expusemos acima:

"A propaganda jamais apela à razão, mas sempre à emoção e ao instinto."

Realmente os instintos não servem para criar Filosofia. Mas são a porta aberta para insuflar o engano na alma humana. Talvez Nietzsche estivesse profetizando o mau uso dos instintos não para fazer filosofia, mas para serem os germes da alienação do povo alemão. Ele dizia o que não sabia para que seria usado o alvo de seu ataque. Se o seu pensamento serviu para inspirar Goebbels, do ponto de vista que ele estava falando de cada cidadão como filósofo, então podemos dizer, entre outros pensamentos que este filósofo propagou, que ele foi um dos inspiradores do Nazismo.

Continuação

Teremos mais imparcialidade e impessoalidade no próximo post.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A ideia de um Sistema do NADA

Para início de discussão sobre o NADA, em busca das origens do Universo, é preciso desligar sua ideia de algo puramente linguístico, e oposto ao TODO. Se conduzirmos nosso raciocínio desta forma, desenvolveremos um raciocínio muito mais lógico, pois a língua muitas vezes consolida vícios que passam a se constituir em axiomas inválidos.

Ideia e realização da ideia

A ideia é perfeita. Se alguém, num passado, concebeu a ideia de carro, esta em sua mente era perfeita. Daí este alguém chamou outro para construir aquilo que poderia corresponder à sua ideia. E vários protótipos são construídos de acordo com a ideia, mas o dono da ideia diz que "NÃO É EXATAMENTE ISTO O QUE EU PENSEI, É QUASE ISTO".

Neste terreno das ideias, ela é sempre perfeita. Os protótipos nunca atingirão o 100 % da ideia.

A ideia de NADA

Com base no exposto no item anterior, nunca atingiremos a ideia do NADA, por ser a ideia mais inatingível segundo nossa lógica humana de que podemos descrever apenas o que pode ser constatado pelos sentidos. Sentidos humanos não constatam o NADA.

Mas este Nada que falamos é o "NADA ausente". Este não nos serve. Este é indescritível.

Em busca das menores coisas

Entre os antigos gregos já se procurou o "menor bloco" de que são formadas as coisas. Achou-os Demócrito. E no século XX ainda conseguiram dividir este bloco. Depois disseram que ele alternava sua existência entre onda e matéria. Ficamos com a onda. Melhor ela, pois consegue explicar desde a radiação até a telefonia prática.

E a onda foi descrita, não com palavras, mas com equações de frequência, de comprimento de onda, em função da velocidade da luz.

E equações são somente ideias, segredo do sucesso da matemática em nossa realidade. Na matemática, uma IDEIA é PERFEITA, e sabem por que ? Porque não existem "protótipos" a se construir para um cálculo. O resultado é perfeito. Um exemplo:

Ao final de um complexo cálculo, achamos para o diâmetro de um tubo em milímetros o valor 0,7832184359274512744. Nenhum instrumento de precisão existente consegue medir o diâmetro com tal precisão, no entanto, o RESULTADO é perfeito

Chegamos então a demonstrar que a IDEIA é PERFEITA, e também que ideias matemáticas são perfeitas. Falta então obtermos, a ...

Ideia perfeita do NADA

Em termos científicos, as ideias são formalizadas matematicamente, e para realizá-las é concebido um Sistema. Um Sistema se constitui em meio de formalização muito mais sólido do que um mergulho cego em uma ideia.

Um sistema é delimitado espacialmente por uma linha fechada, como um retângulo, ou um círculo, contanto que seja uma região Fechada. Nesta região fechada, valem as leis do sistema. Fora dela suas leis PODEM ou NÃO valer.

O Sistema do NADA

Suponhamos que o Universo está contido dentro da região citada anteriormente, e que seus limites coincidem com a linha que delimita esta região. Como o Universo compreende coisas com existência, e obedece às leis de constatação dos sentidos, vamos supor que o NADA esteja do lado de fora.

Não vamos entrar em especulações de onde deve estar o NADA. Escolhemos, POR SUPOSIÇÃO, que o NADA está do lado de fora, simplesmente POR AINDA DESCONHECERMOS SUA LEIS DE COMPORTAMENTO. Quando tal coisa ocorre, é muito melhor compreender uma ideia por meio de delimitação de sistemas.

Pois bem, o NADA está do lado de fora do Universo, e suas leis são desconhecidas.

Vamos supor que queremos introduzir o NADA em nosso Sistema - o Universo. Como ele pode possuir leis opostas (tal como parece pelo seu nome) às do Universo, temos que impedir que ele entre em contato com as entidades do Universo. Como podemos fazer isto ?

Veja o desenho abaixo (puramente teórico):


Entrada do NADA

Esta entrada do NADA no Universo é puramente uma abstração gráfica. Ele não ultrapassa as fronteiras da região do Sistema. O que está acontecendo ? Vejamos uma alteração conceitual interessante:





Agora, pare de chamar este que começou como NADA, e passe a chamá-lo de ECRN - Ente Conceitual Representativo do Nada. Qual é o significado desta representação teórica ?

Este ECRN reside APARENTEMENTE dentro do Sistema, mas não penetra no mesmo. Ele poderia, hipoteticamente se comunicar com o nosso Sistema, sem no entanto ferir suas fronteiras, e nem suas leis, coisa da qual temos exemplos em nosso mundo, em que as ondas fazem esta espécie de papel de comunicação.

Agora, descanse um pouco a sua mente, para poder absorver o que vem a seguir.

Regiões de Exceção

A uma região de um sistema, onde existem entes que não obedecem às suas leis, chamamos de Região de Exceção.

Para dar um exemplo em nosso Universo, poderíamos ter:

REGIÕES ONDE O TEMPO NÃO EXISTE

Por que não ? O Sistema é teórico, podemos fazer com ele o que quisermos.

Na prática

No campo da astrofísica, um exemplo de ECRN seriam os buracos negros. Na região em que eles estão estabelecidos, o campo gravitacional é tão grande, e as linhas do Espaço-Tempo estão tão deformadas, que ali valem principalmente as suas leis matemáticas extremas. E no entanto, eles são tratados como se estivessem em nosso Universo. Mas estão realmente ?

Sistemas e Leis

O ser humano tem dificuldade de lidar com Sistemas dentro de Sistemas, pois confunde Sistema Geográfico com Sistema Conceitual. No campo dos Recursos Humanos, um exemplo elucida muito bem este caso. Em um local de trabalho temos empregados da própria empresa (Sistema 1) e empregados terceirizados (Sistema 2). No entanto, para alguém que contempla o TODO, tudo parece uma coisa só. Empregados obedecem determinadas leis, e os terceirizados outras, no entanto interagem como uma coisa só.

Ao formular modelos, não podemos permitir que artifícios linguísticos ou geométricos nos confundam, pois nossas formas de representação, infelizmente, estarão todas baseadas em nosso Universo.

As leis do Nada

Todo este raciocínio apenas nos permite dizer, por enquanto, que o NADA, diferentemente do Universo, E NÃO COMO OPOSIÇÃO AO TODO, é uma região conceitual (por enquanto também) onde as leis de nosso Universo são OUTRAS.  Isto basta para determinar uma separação de uma coisa da outra.

E um Criador ?

Já que a ideia do NADA se destina à busca de um Criador, ou de um Início, este modelo se aplica, pois especulamos acima que uma das leis de nosso ECRN poderia ser "Região onde o Tempo não existe". Desta forma, o Criador não teria que obedecer às amarras que o tempo cria em torno do Universo, ou seja, Ele não cairia na armadilha de criar o Tempo e começar a ser escravo dele.

Esta suposição é uma das que são feitas em torno da ideia de Deus em discussões teóricas sobre Deus.

A morte

A morte só seria uma outra lei emanada deste ECRN, como uma "mensagem" ao Universo, para "retirar" um elemento do Universo. Não existe conflito desta lei com a lógica exposta, pois fazemos isto em nossos "pequenos universos": arquivos, quartos, gavetas, empresas, etc.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Nietzsche, arrogância dos filósofos - Parte II

Antes de ler o trecho abaixo, pense na função dos filósofos na sociedade.

Eles devem ser os observadores e críticos de seu tempo, apontando as falhas, orientando o pensamento do seu tempo, e sugerindo, não explicitamente, mas por intermédio de suas conclusões, novas posturas. Além disso, eles devem sempre voltar às fontes da filosofia (os antigos), que de pouca experimentação produziram tanto pensamento.

Até um simples escritor de ficção é um filósofo, pois inevitavelmente apresenta em sua obra, a sua visão do mundo.

Em primeiro lugar ele "empacota" ou "coloca num mesmo saco" TODOS os filósofos, dizendo que se enganam com facilidade e repetidamente.

Para respeitar os filósofos, vamos obrigatoriamente citar Sócrates. Quem poderia ser maior que ele ? Quem aceitou suprimir a própria vida para não se afastar das verdades que propunha ? Quem teve a coragem de dizer: "conhece-te a ti mesmo". Sócrates e os filósofos gregos de sua época, inclusive Demócrito, não tinham o aparato científico e o cabedal antropológico e arqueológico de que Nietzsche dispunham, e superaram os horizontes científicos de dedução apenas com "experiências e simulações mentais". Demócrito estabeleceu as bases da teoria atômica sem sequer dispor de um laboratório. Seu laboratório era a sua mente.

Por isto podemos, sim, classificar o comportamento de Nietzsche com o de um arrogante de último grau, em primeiro lugar pelo seu discurso, e nos demais pelo que vamos constatar ao longo deste trabalho.

Por não se conhecer direito, é que Nietzsche enveredou pelo caminho escuro da loucura.

Como poderia Nietzsche negar a todos eles, dizendo que as ideias por eles proferidas eram "afirmações arbitrárias, caprichos, intuições ou desejos íntimos" ? Sabe que tipo de ser faz isto ? Todo ser humano. Ninguém consegue se desligar de suas manifestações internas para proferir alguma coisa. A psicologia afirma que quando alguém fala alguma coisa está, de alguma forma, mesmo que subliminar e distante, FALANDO DE SI MESMA.

Como veremos mais a frente no estudo deste alemão, quem se mostrará "rebuscado e empírico" é ESTE do qual estamos falando.

Crítica a Kant e Spinoza

Kant (1724 a 1804) é também um filósofo alemão, que viveu anos antes de Nietzsche (1844 a 1900, a época interessa em termos de visão filosófica), portanto em um contexto bem parecido. A primeira grande guerra viria anos após a morte de ambos.

Kant escreveu nada mais nada menos que "Crítica da Razão Pura", um marco da filosofia. A parte que mais deve ter ferido Nietzsche é a que se refere à existência baseada numa fé (não necessariamente a religiosa). Para o ateu Nietzsche, isto equivalia a uma declaração de guerra se o declarante estivesse vivo, ou ao desejo de vilipêndio caso o declarante estivesse morto.

Vejam só, o sistema filosófico de Kant foi tão bem concebido (se o leitor quiser pode ler o livro citado), que Hegel e Schopenhauer, dois "monstros" da filosofia, desenvolveram o sistema de Kant. Ele recebeu elogios de Lord Kelvin, como tendo sido beneficiado pelos seus princípios filosóficos em trabalhos de termodinâmica. Para quem não sabe, Kelvin empresta seu nome à uma escala de temperatura que estabeleceu o zero absoluto, estado onde não existe energia intrínseca em um sistema fechado.

Nietzsche se irrita com o dizer de Kant, de que NÃO TEMOS CONTATO DIRETO COM O MUNDO, mas somente através dos sentidos. Isto já é fruto de estudos científicos sobre o Cérebro, que chegaram à conclusão de que O CÉREBRO É O MELHOR SIMULADOR DA REALIDADE. Kant, imaginem só, antecipou uma verdade CIENTÍFICA antes da sua comprovação experimental. Neste particular ele se compara a Einstein, que também teve suas teorias comprovadas muitos anos depois durante um eclipse. Se alguém dissesse a Nietzsche que a LUZ FAZ CURVAS, ele teria um acesso de cólera, e ficaria louco muitos anos antes do que realmente se deu em sua vida.

Se Nietzsche estivesse certo, o ser humano, no caso do sentido da visão, enxergaria não só o espectro das cores, mas também o infra-vermelho e o ultra-violeta. E mais, o homem perceberia visivelmente as radiações desde os raios X até os raios gama. Ou seja, Kant foi extremamente visionário em relação às neurosciências, mais do que o estressado Nietzsche.

Spinoza foi um filósofo judeu (1632 a 1677). O ponto que vai agredir Nietzsche é o determinismo que vai contra a pregação do livre arbítrio do alemão e a dualidade bem e mal com a presença do cristianismo, que aliás não é tão bem exposto, como veremos mais tarde.

O grande perigo que Nietzsche colocou para a humanidade, ao criticar a Ética de Spinoza,  foi a sandice da concepção de um "super-homem que estivesse acima do bem e do mal", um que não fosse dependente da religião, pois este tipo, para ele, era como um ESCRAVO. E neste transe, ele inspirou pessoas de pouca ou nenhuma personalidade, e a consequência foi o Nazismo e os vários genocídios cometidos pelos alemães e russos. Mais tarde os genocídios na África e Balcãs.

Depois de nos familiarizarmos com os "acusados", colocamos a crítica do alemão.


Veja o primeiro capítulo da crítica:

Os senhores me perguntam o que são todas as idiossincrasias dos filósofos?... Por exemplo, sua falta de sentido histórico, seu ódio contra a representação mesma do vir-a-ser, seu egipcismo. Eles acreditam que deshistoricizar uma coisa, torná-la uma sub specie aeterni, construir a partir dela uma múmia, é uma forma de honrá-la. Tudo o que os filósofos tiveram nas mãos nos últimos milênios foram múmias conceituais; nada de efetivamente vital veio de suas mãos. Eles matam, eles empalham, quando adoram, esses senhores idólatras de conceitos. Eles trazem um risco de vida para todos, quando adoram. A morte, a mudança, a idade, do mesmo modo que a geração e o crescimento são para eles objeções – e até refutações. O que é não vem-a-ser; o que vem-a-ser não é... Agora, eles acreditam todos, mesmo com desespero, no Ser. No entanto, visto que não conseguem se apoderar deste, eles buscam os fundamentos pelos quais ele se lhes oculta. “É preciso que uma aparência, que um ‘engano’ aí se imiscua, para que não venhamos a perceber o ser: onde está aquele que nos engana?” “Nós o temos, eles gritam venturosamente, o que nos engana é a sensibilidade! Esses sentidos, que por outro lado são mesmo totalmente imorais, nos enganam quanto ao mundo verdadeiro. Moral: conseguir desembaraçar-se do engano dos sentidos, do vir-a-ser, da história, da mentira. História não é outra coisa senão crença nos sentidos, crença na mentira. Moral: dizer não a tudo o que nos faz crer nos sentidos, a todo o resto da humanidade. Tudo isso é o “povo”. Ser filósofo, ser múmia, apresentar o "monótonoteísmo" [expressão para representar o monoteísmo monótono] através de uma mímica de coveiros! – E antes de tudo para fora com o corpo, esta idée fixe dos sentidos digna de compadecimento! Este corpo acometido por todas as falhas da lógica, refutado, até mesmo impossível, apesar de ser suficientemente impertinente para se portar como se fosse efetivo!”...

Repare na crítica às "formulações da filosofia a partir de percepções do sentido". O leitor consegue se imaginar fora de seu corpo para raciocinar sobre o mundo que o circunda. Ele já começa seu livro fazendo ataques, colocando conclusões antes das explanações. É como o pregador, que ao invés de falar de Deus, começa atacando o diabo.

Ao atacar os filósofos, ele se esquece de que Sistemas de Governo e a Ciência foram construídos com base em sistemas filosóficos. É preciso também ter em mente que nesta época, na Alemanha, já se falava em discursos fortalecidos por uma tática gestual. O estudo do gestual para o teatro já era corrente na Alemanha. Tanto que, em 1920, nada menos que Hitler já os incorporaria em seus discursos como tática de convencimento.

E Nietzsche já escrevia como se estivesse gesticulando, daí dar a seu discurso tom tão agressivo.

Nietzsche acusa, mas não demonstra. Não é técnico, é passional. Não é expositivo, é agressivo. E iniciar um trabalho, criticando os outros, é uma péssima maneira de tentar angariar credibilidade.

Maiores detalhes desta "briga" estão em "Crepúsculo dos Ídolos - Aforismas I a IV".

Continuação

Continuaremos a partir do item 6 deste livro citado ("Além do Bem e do Mal").


O Nada e o Todo

O existencialismo já discutiu muito o NADA. Sua aparente simplicidade esconde uma dificuldade de definição no seguinte aspecto:

Só é possível definir o NADA após se ter constatado a existência das coisas.

Antes de prosseguir, e reduzir esta discussão à mera retórica e "Lógica sobre as Palavras", vamos utilizar como referência algo que vem sendo discutido nos últimos 20 anos, e que tem o "carimbo" dos astrofísicos:

Os buracos negros

Buracos negros do ponto de vista filosófico

Segundo os sentidos do homem, ao olhar para a direção do buraco negro, o que vemos ? NADA. Isto porque, fisicamente, ele "engole" tudo que dele se aproxima, inclusive a luz. Com seu enorme campo gravitacional, atraindo e comprimindo tudo ao seu redor, ele dá a falsa ideia de que, naquele ponto do espaço, não existe NADA.

Interessante, não. Uma enorme quantidade de matéria (e se ele pudesse, atrairia TODA disponível no Universo) está concentrada de uma forma que parece NADA.

Uma coisa interessante da ciência e da filosofia que se foi aprendendo com o tempo, é que as verdades são, por vezes, altamente paradoxais. Os buracos negros nos iludem de que onde está TUDO (ou muita coisa) parece que não tem NADA.

Não existe ausência, e sim a existência

O constatado por nós seres vivos não é a ausência. Quando chegamos a este mundo, tudo existia, e está COMPLETAMENTE fora de nossa capacidade tentar compreender como é a situação do NADA existir.

O problema seria o seguinte:

Se você está em um local do espaço, onde não há nada, já tem alguma coisa ali, que é VOCÊ MESMO. Entendeu a impossibilidade ? Entendeu o PARADOXO ?

Você não pode constatar o NADA, pois estando lá dentro, você ANULOU o NADA. Acabou.

O NADA é aniquilado

Somos os vigias e mantenedores do Universo. Ninguém aqui está no simples papel de espectador, pois a nossa simples existência em repouso provoca a alteração do balanço de substâncias contidas no Universo (absorvemos oxigênio, esquentamos o ambiente ao nosso redor, e exalamos gás carbônico).

Este simples papel, expresso na simples tarefa de ver, ANIQUILA O NADA (já viu algo que não existe ser aniquilado ?) .

Por estas e por outras que a invenção do zero na aritmética, como um símbolo que representava o NADA, só se deu em 150 depois de Cristo, onde ele era representado pela letra grega ômicron. Isto demonstra como a representação de NADA nas operações aritméticas exigiu um enorme esforço.

E do ponto de vista de Einstein ...

Einstein definiu a Teoria da Relatividade sempre levando em conta o observador. A Relatividade existe na medida do observador.

E do ponto de vista de Deus ...

Ao constatarmos que o aparecimento do TODO (seja da forma que for) exige a presença de um observador, pelo menos, constatamos que deve haver um Criador.

Olha que grande paradoxo. Ao procurarmos a definição para o NADA, encontramos o Criador.

Conclusão

Tudo o que se refere à vida implica existência, e não permite a constatação do NADA. O NADA não tem testemunha. Portanto, pense bem sobre o paradoxo da inexistência.






terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Gênesis - Capítulo 1 - O abismo e a criação

O Gênesis é o capítulo mais enigmático da Bíblia, principalmente em seu trecho que trata da criação do Universo. Ao homem não é dado entender como se cria algo a partir do "Verbo" como diz o escritor João em seu livro do Novo Testamento, recontando os primeiros tempos de TUDO o que conhecemos. Quem já estudou a Bíblia sabe a quem se refere o "Verbo".

Não vamos tratar da Criação, pois estamos distante disto. Vamos tratar da mesma inserida no misterioso "abismo" em que o Universo estava inserido. Para início de explanação, "abismo" não é um buraco sem fundo, e sim um LOCAL NÃO REVELADO, um lugar que existe por detrás de uma cortina de ocultação.

O Espírito de Deus pairava sobre as águas

Eis os dois misteriosos versículos do Gênesis:

1 No princípio criou Deus os céus e a terra.
2 E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. 
3 E disse Deus: Haja luz; e houve luz. 

Mostramos o verso 1 e o 3 para que não sejamos acusados de parciais ou embusteiros.

O verso um não implica um tempo, mas apenas MARCA que um princípio, para os fins de transmitir o conhecimento da criação ao homem, foi estabelecido pela concepção dos CÉUS e da TERRA. Céus para assuntos celestiais e Terra para assuntos seculares. Grifamos concepção porque queremos dissociar o projeto, a ideia da execução concreta da ideia. Queremos deixar isto bem claro.

Terra sem forma e vazia

A expressão hebraica e rimada na língua original (Tohu Bohu) não quer dizer caos. Quer dizer apenas uma forma indefinida, não passível de ser descrita, pois não se parece com nada. Não se falou da sua forma "geóide", nem de nenhuma outra propriedade da Terra, ou se girava em torno do sol, etc. Ela apenas não podia ser vista, e nada sobre ela se manifestava.

Como Deus faz as coisas

É preciso que o homem entenda a natureza de Deus de forma completamente diferente da natureza dele mesmo homem. Quando o homem pensa em fazer um vaso, ele tem que providenciar a argila apropriada, molhar a mesma, misturar e bater várias vezes, até a obter a consistência correta, colocar sobre o torno e moldar o vaso. Posteriormente o homem deve deixar o vaso secando e depois levá-lo ao forno.

Com Deus não é assim. Não existe a passagem de um estado para o outro da matéria-prima que Ele utiliza, porque nem sequer isto Ele precisa. Deus, ao conceber algo em Sua mente, esta coisa vem à realidade, e mais: NO TEMPO DETERMINADO PARA TAL.

Deus não faz as coisas que existem TRANSFORMANDO várias matérias primas em um produto final. As coisas saem diretamente da mente dEle. Hoje e agora acabamos com esta necessidade racional do homem de TENTAR ACHAR DE ONDE E COMO DEUS FEZ AS COISAS. Ele não precisa disto.

No caso do vaso, se Ele pensou no mesmo em 10.000 a.C., para colocá-lo em uma casa de determinada cidade da Grécia em 1000 a.C., este vaso CERTAMENTE aparecerá no lugar e no tempo que Ele concebeu em seu plano.

No caso de Isaque, quando Deus prometeu um filho à Abraão, o nome de Isaque já foi escrito no Livro da Vida. Ao mesmo tempo já estava garantida a vida de Abraão e Sara para o momento da concepção deste filho. O nome de Jacó e a sua mudança posterior para Israel, bem como os doze filhos deste último, TUDO foi escrito no futuro.

Portanto, guarde-se em sua pequeneza de homem, e deixe de achar que os atos de Deus são trabalhosos como o seu, homem orgulhoso e ínfimo.

As trevas na face do abismo

TODO este mundo que conhecemos agora estava PRONTO, mas ainda oculto em trevas, neste ABISMO de que fala o Gênesis.

A queda de Lúcifer

Antes de haver LUZ, Lúcifer, ainda sem saber o que havia naquele Abismo, cobiçou reinar sobre ele. Lúcifer apenas queria um Reino para si, por espírito de emulação (copiar) em relação a Deus. E Deus leu o coração de Lúcifer, pois que Deus conhece as aspirações, desejos e opiniões de qualquer uma de suas criaturas. A cada dia Lúcifer cobiçava o que ?

Ser IGUAL a Deus

Mas nenhuma criatura, mesmo angelical, pode ser igual a Deus.

E antes que talvez Deus lhe desse este Reino do abismo, Lúcifer cometeu o primeiro ato de desobediência motivado por ansiedade, que seria o tipo mais comum de problema do homem.: adiantou-se à qualquer vontade de Deus de lhe dar aquele Reino, e liderou a rebelião dos anjos para aquele local: o ABISMO.

Notou o leitor que este vem sendo o problema da humanidade, desde a infância de qualquer um ? Prometemos algo aos nossos filhos, mas eles não aguentam esperar, e choram, esperneiam, até que tenhamos que aplicar neles algum castigo. O problema da ANSIEDADE vem sendo o MAIOR PROBLEMA HUMANO de todos os tempos.

Haja Luz

E o que veio em seguida ?

Verso 3. Colocamos no trecho acima toda esta história triste.

Lúcifer pensou que ia ficar tranquilo no Reino do Abismo, sem ser perturbado, pois se acreditava longe do braço de Deus. E Deus, que tudo sabe, só deu uma ordem:

Haja Luz

Ele iluminou, REVELOU o conteúdo daquele Abismo, e o que apareceu ? O Universo, planetas, a Terra e todos os componentes deste ambiente maravilhoso que conhecemos. Os seguidores de Lúcifer e o próprio não puderam (como não pode qualquer ser desobediente a Deus) suportar a Luz, e perderam sua forma, e perderam sua capacidade de interagir com as obras de Deus. Dali em diante, só podiam executar atos através da tentação sobre os seres da Terra.

O homem

Deus criou o ser humano para vencer Lúcifer. Então o leitor dirá: "Como uma criatura mais fraca [homem] poderá vencer a mais forte [Lúcifer-anjo caído] ?"

Ora, a leitura bíblica mostra muitos exemplos. Davi [fraco] vencendo Golias [gigante], Jacó [homem] vencendo o Anjo [anjo, mais forte], e recebendo o troféu, ou seja, o nome honorífico, inigualável de Israel. Quem não queria ter este nome ?

A tentação

E seguindo a regra colocada anteriormente, de que Lúcifer e seus anjos só poderiam agir sobre as obras de Deus através da ação dos seres da terra, este Lúcifer, agora Satanás, incorporou na Serpente, e então tentou Eva.

Conclusão

Neste artigo mostramos o que vem a ser o Abismo tão falado na Bíblia e os princípios e regras que norteiam a ação dos Reinos angelicais sobre os humanos, desde o seu desligamento de Deus.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Nietzsche, o impostor - Parte I

Nos anos 70 se lia muita filosofia, aliás, se lia muito, pois não havia celular para os jovens ficarem perdendo seu tempo e emburrecendo a si mesmos.

A filosofia era a porta para um mundo que os jovens buscavam significado para a existência. Hoje não mais se procura significado. As pessoas partem logo para aproveitar a vida e pronto: "carpe diem". O crédito está farto. Todo mundo pode ter televisão, carro, computador e celular. E por causa desta ausência de embasamento filosófico, é que as faculdades estão "despejando" no mercado uma legião de medíocres.

Nietzsche

Um destes filósofos foi o alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche, o inspirador, por sua vontade ou não, do Nazismo.

E por que estamos falando dele ?

Nietzsche escreveu um "desastre" a que chamam de livro, de 230 páginas, chamado "Além do Bem e do Mal". Neste livro ele vai desde instinto do ser humano até o abismo que cita na poesia que reside no Epílogo do mesmo.

E são principalmente as idéias deste livro que são usadas para negar Deus.

Não é de se surpreender que ele tenha ficado louco na década de 1880, e vejam só, encarnando alternativamente as personalidades de Jesus Cristo e Dionísio. Vejam só, parece que como castigo pela sua descrença e ateísmo, sua loucura o levou a assumir a personalidade, entre outras, de Jesus Cristo, a quem ferrenhamente lutou para descrer, o filho de Deus, este último alvo de seu ódio. Não é curioso ?

Como ele se coloca

Logo no início do livro, no capítulo de nome pretensioso "Os Preconceitos dos Filósofos" (veja só) ele diz:


Ele diz, como filósofo que quer ser, que o que sai da cabeça do filósofo é governado por seus instintos, e que os valores do ser dependem de exigências fisiológicas. Então ele cita a existência de uma "Verdade". Guardem bem isto.

E então os instintos (juízes) são classificados de "Tolice" necessária.

Linhas a seguir (não reproduzimos porque se encontram numa quebra de página) ele diz:

"que o homem não pode viver sem as ficções da lógica", e mais abaixo:


Ou seja, ele reconhece que mesmo estes juízos (os instintos) sendo falsos, a eles não podemos renunciar, pois com isto estaríamos renunciando à vida. E mais a frente ele quer estabelecer uma filosofia "além do bem e do mal". Seria esta a filosofia NEUTRA ?

O poeta louco

Este alemão é realmente chamado de poeta louco. A vida é um jogo, o que prova o modo de falar dos japoneses. No Japão não se diz "fulano morreu", eles dizem "fulano brincou de morrer". Aqui em baixo tem regras, mesmo que sejam de um grupo social, conceito que está acabando pela globalização acelerada do mundo. As regras estão se unificando e, em breve, não se poderá falar mais em costumes regionais. A Internet está acelerando o processo.

Hoje, quando num país remoto da África, o pai condena a filha à morte, pelo costume de sua tribo, a comunidade internacional se levanta, questionando o porquê daquela ação, e "o tempo fecha".

O que queremos dizer com isto, é que neste JOGO que é a vida na terra, o ser humano tem que aceitar que o seu raciocínio está condicionado ao seu estado de SER HUMANO, aos seus INSTINTOS, e que perante os outros homens, em assuntos humanos, ele tem que usar uma Razão que esteja submetida às duas condições citadas.

Portanto, é impossível ao homem conceber "intrepidamente" como fala Nietzsche, filosofia além do bem e do mal.

Por isto ele é denominado Poeta Louco. Coitado, papel de livro aceita qualquer coisa. Qualquer absurdo escrito é aceito, e muita gente "sem conhecer o livro inteiro" aplaude qualquer curioso, que propõe sandices como estas.

Continuação

No próximo post, vamos expor mais aspectos do livro, desta vez mostrando a arrogância deste alemão.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A maldição de Noé sobre Cão (Cam)

A versão João Ferreira de Almeida da Bíblia, fruto da mente brilhante deste homem, conduzido por Deus, não fornece total sentido a respeito da maldição que Cão recebeu de Noé.

Recapitulando a história

Após o dilúvio, Noé relaxa após um dos maiores estresses que um ser humano pode ter: o estresse de ver que seu mundo ia ser destruído, e não saber o que vinha depois. Seu nome em hebraico sugere mesmo descanso.

Então a arca repousa sobre o Monte Ararat (provavelmente na Turquia). A família e os animais saem dela.

A primeira coisa com que Noé se preocupa após deixar ir os animais é em PLANTAR UMA VINHA. Os comentários rabínicos dizem que os eventos posteriores em sua família se dariam devido a este ato. Ele deveria atentar para outras coisas.

E aqui está uma evidência do local onde certamente a Arca parou de boiar. A Bíblia "não dá ponto sem nó", a vinha é originária da ... ÁSIA. Esta é a primeira prova de que realmente a Arca parou na região que a Bíblia cita.

Nós realmente temos a tendência de enquadrar os patriarcas na categoria de super-homens, coisa que eles não foram. Eles foram como nós, humanos. Noé tinha acabado de passar vários dias em um ambiente fechado, administrando centenas de animais e sua própria família. Não seria justo, com o perdão da expressão "tomar um porre", "entrar na esbórnia alcoólica" ?

É óbvio que a vinha começou a dar seus frutos muito mais tarde. Consulte os livros que tratam do vinho (é uma literatura muito farta devido à tradição do assunto) e confira que uma vinha demora de 2 a 4 anos para dar os frutos, conforme a região ( por região temos a composição temperatura. umidade, insolação média anual, regime de chuvas, etc).

Portanto, sob a perspectiva otimista, Noé colheu seus primeiros frutos de 2 a 4 anos após a Arca ter parado de boiar nas águas do dilúvio. Segundo o livro dos Jubileus (crônica de um hebreu em relação ao Gênesis, da mesma forma que existem os livros de Crônicas I e II para os livros de Reis), a vinha de Noé deu frutos 4 anos depois de plantada.

A embriaguez de Noé

Tendo tomado Noé o vinho, ficou embriagado, pois bebeu até cair, fato comprovado pelo sono. O calor provocado pela bebida em excesso fez com que tirasse as roupas, e pelo seu estado alterado, deitou-se nu. Estava em sua tenda, e o respeito que incutiu nos filhos provavelmente os condicionara a não entrar na tenda do pai sem pedir licença, sem se anunciar.

E quem apareceu em sua tenda? Cão ou Cam. Cam era o filho do meio. Sem era o mais velho, e Jafé o mais novo. Deveria Cam adentrar a tenda sem ser convidado ? Isto revela o caráter de Cam. A maldição posterior comprova seu modo de conduta. Se Noé o amaldiçoou, tinha razões para isto.

Cam vê o pai nu, e ao invés de ele mesmo cobri-lo, chama os dois irmãos, fazendo com que mais gente tome conhecimento do fato. Alguns comentários acrescentam que Cam riu-se da situação do pai e foi contar aos irmãos. Se aquilo o envergonhava, que cobrisse o pai e fosse embora. Os filhos então cobrem Noé. Cam já tinha o espírito escarnecedor e gozador. Em uma família com três filhos, tinha que ter um "espírito de porco".

A maldição

Primeiramente, para Noé se irar com Cam, é porque já estava predisposto a lhe chamar a atenção. No ato de Cam havia uma inspiração provável de ser o líder da família. Estava mostrando que talvez o pai, já velho, estava também senil e se tornara indigno de chefiar a família. Um pai que tomava uma bebedeira e depois se deitava nu ? O que é isso ?

Mas podia havr outra razão para Cam ir até a tenda de Noé. Se era sabido que estava repousando da bebedeira, a que toda a família assistiu, sua privacidade tinhaque ser resguardada. Cam foi até a tenda do pai, porque detectou algo de errado. Seu filho Canaã, cuja natureza perversa já começava a se revelar, adentrara a tenda do Pai, Noé. Cam foi até lá, e provavelmente, se não viu Canaã tentando perpetrar ato libidinoso com um Noé desacordado, deve ter percebido que por lá ele passou. Daí a ira de Noé sobre Canaã, e não sobre Cam.

Mas Noé era líder, que ouvia a voz de Deus, e imediatamente se irou, tomando a autoridade de patriarca. Imediatamente ele parte verbalmente para cima de Cam, amaldiçoando o seu filho Canaan. Noé não amaldiçoou Cam, pois já se apercebera, como homem de Deus, da natureza pervertida de Canaã..

Ao saber da maldição, Cam e seus filhos Cush (cujos povos habitaram a Etiópia) e Mizraim (de quem viriam os primeiros povos do Egito) e Put (povos da Mauritânia) e Canaan (de quem viriam os primeiros povos da hoje conhecida como Palestina) partiu para longe da presença do pai Noé.

Leia também: Como foi construída a Arca de Noé

Conclusão

Portanto, a maldição de Noé JÁ PREVIA QUE OS CANANEUS SERIAM DESALOJADOS DE SUA TERRA, profecia esta realizada quando os israelitas adentraram Canaã após a fuga do Egito. Deus prometeu, Deus cumpriu.

Segundo o livro dos Jubileus, Canaã desrespeitou a partilha da terra ordenada por Noé, indo se estabelecer na região que Deus já aventara reservar para Abraão e sua prole.




segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Pessoas de meio estudo, pessoas de meias verdades

Fenômeno que já se espalhou desde o fim da década de 1990, até os dias de hoje, os discursos e conhecimentos superficiais invadiram todos os terrenos. O principal meio de difusão dos mesmos vem sendo a Internet.

Nos comentários da rede, nas respostas às dúvidas que são colocadas, proliferam as meias verdades. Logo vem um mais capacitado e desmente o anterior. Por que isto está acontecendo ?

Os motivos vem da frouxidão da cobrança de conhecimento. Vamos dar o exemplo do assunto deste Blog, que é a Bíblia. Você já viu como todo mundo quer dar opiniões e até afirmar verdades (só meia) sobre a Bíblia e sobre Deus ? O mesmo ocorre com a política e com o futebol. Todo brasileiro FINGE entender de política, mas não estuda história, e FINGE entender de futebol, sem nunca ter analisado o comportamento de um jogador frente às multidões, frente à competição dentro do time e à política que invadiu este esporte.

Então, para endossar os MEIO CONHECEDORES destes assuntos, o brasileiro criou o ditado:

Futebol, Religião e Política não se discutem

Que beleza. Garantiu-se o direito dos MEIO OPINADORES. Daqui a pouco vão fazer o mesmo em relação à educação, economia, leis, e tudo o mais.

No caso da Bíblia

No assunto que é o objeto deste Blog, alguns requisitos são básicos para se começar a querer discutir a Bíblia:


  • Saber localizar Israel no mapa;
  • Saber a diferença entre hebreu, judeu, israelita e israelense;
  • Saber o que é um Rabi ou Rabino;
  • Responder se Jesus era ou não judeu;
  • Responder se as primeiras famílias tinham somente filhos homens ou se nasciam mulheres também;
  • Conhecer a história dos impérios antigos.


Se você conversar com alguém sobre a Bíblia, e sobre Quem ela prova que existe (Deus), veja se a pessoa com quem está conversando passa por estes primeiros requisitos.

No caso de Economia

Neste assunto que todo mundo dá "pitaco", faça uma simples pergunta a quem está conversando fiado:

Você sabe calcular um percentual ?

Garantimos que 40 % de pessoas formadas em curso superior não sabem fazê-lo. Isto ocorre mais na área de ciências humanas, e estas pessoas recorrem às máquinas de calcular, sem saber que um dez por cento equivale a um décimo.

No caso do trabalho

Este é o caso mais grave. Os empregados tem feito meio serviço, meios relatórios, tem deixado as coisas no MEIO. Resultado, o governo também tem deixado as coisas no MEIO do caminho.

Como distinguir as pessoas de meias verdades

Procure saber se elas levam seus objetivos até o fim, se terminaram os cursos que começaram, se estudaram um tema de que precisaram até o fim. Veja se elas suportam trabalhar por muito tempo, em coisas trabalhosas. A pessoa opina e sugere do jeito que age (mas não o contrário). Vamos explicar. Em reuniões, encontros e debates, a pessoa de MEIAS VERDADES é prolífica em idéias. Mas se alguém lhe delega fazer o que sugeriu, a pessoa escorrega.

Conclusão

Jesus mandou que o homem buscasse o conhecimento por causa disto, devido aos propagadores de meias verdades.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Caim, Abel e a Inveja

A Bíblia é a maior fonte de conhecimento. E quanto à Inveja, ela é insuperável. E por que ?

O primeiro episódio envolvendo a Inveja, envolvendo o ser humano, foi o caso dos dois irmãos, Caim e Abel. Este caso é "puro" em essência, pois Caim não teve influências humanas para deixar tal sentimento brotar em sua mente (a inveja nasce na mente). É claro que o pai do mal teve seu papel, potencializando este sentimento. Quem não crê no diabo, terá que simplesmente considerar a Mente como pai do mal, e no fim dá na mesma, ou seja, houve algo que disparou a Inveja.

Então, em outras palavras, o primeiro caso de Inveja é o mais elucidador pelo fato de não ter muitos fatores do qual depende.

Nos cultos e estudos ouvimos por pelo menos 30 anos que a oferta de Abel foi mais perfeita por ser de um animal, ou porque Abel tinha o coração mais puro do que o de Caim. Mas não se trata só de pureza. Trata-se de ritual.

O faz de conta

Pelo fato de não vermos Deus, precisamos da fé para crer nEle. E a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus e pelos rituais que praticamos. O ritual não é exatamente o de ir à Igreja, ou de participar da Ceia, ou de se batizar. O verdadeiro ritual é fazer QUALQUER COISA acreditando nos objetivos da coisa que se está fazendo.

Observe as crianças, e lembre-se também de alguns momentos de sua infância. Quando a menina brinca com as bonecas, existe um momento em que os rituais que ela pratica entre as bonecas são tão parecidos com a vida, e ela se envolve tanto, que sua libido atinge o ápice, e ela sente um prazer imenso em estar brincando.

O mesmo acontece com os meninos brincando de tiroteio, seja com réplicas de armas, seja com um simples pedaço de pau. Pode-se vê-los em uma atmosfera de prazer indescritível, a ponto de se ter que chamá-los com gritos, de forma que retornem à realidade.

As crianças são sinceras e puras em seu divertimento, salvo os que possuem traços psicóticos e prejudicam realmente uns aos outros nas brincadeiras.

O Trabalho

O trabalho é um exemplo de "faz de conta" em níveis mais elevados, pois o Trabalho ainda tem um pouco de lúdico, de sonho. Aquele que considera o Trabalho uma bobeira não está querendo participar da brincadeira, tanto mais que é remunerada. É preciso "mergulhar" no trabalho para se atingir os objetivos propostos. Fazer mais ou menos, ou superficialmente pode levar até a desastres (como no caso da Engenharia e Psicologia).

E no caso de Caim

Caim simplesmente percebeu que Abel se "envolveu", foi fundo no "faz de conta" durante o sacrifício. Nada mais que isto. E Caim, mais materialista, mais racional, achou que Abel só fez um "faz de conta" perante Deus, sem saber como ele havia se envolvido no ritual, como uma criança. Percebeu Caim que não era capaz de atingir aquele estado de Envolvimento Espiritual. Isto porque não conhecia a Deus tanto  como o irmão, que compreendia mais a palavra de Deus, por ser um pastor. Jesus se compara ao bom pastor. A convivência com os rebanhos de animais pequenos produz este efeito benéfico da compreensão de Salvado e Salvador.

E concluindo, Caim percebeu que NÃO ALCANÇARIA A FÉ DO IRMÃO, a sua compreensão e sua capacidade de cultuar a Deus. A inveja foi quanto à FÉ de Abel. E devia ter tanta que logo Deus o tomou.

Mais tarde falaremos da inveja no caso dos irmãos de José.