quinta-feira, 19 de março de 2015

A Sabedoria de Abraão

A análise do surgimento da agricultura entre os povos, antes até de falar dos hebreus é muito confusa, por culpa de vícios dos historiadores em suas narrativas. O que domina é a preguiça.

Estou aqui com o trabalho de um americano, que começa com aqueles tradicionais períodos "esquivos":

"Some archaeologists date the beginnings of agriculture in Palestine to the Mesolithic period, when the Natufian culture made its appearance with its bone and flint artifacts, some of which have survived to the present day."

Ou seja, hebreus para este autor se ligam à Palestina, obrigatoriamente. É o ledo erro de anos. Os hebreus tem sua origem na Mesopotâmia, notadamente ao sul desta, de onde veio Suméria e Babilônia. Eles não consideram as origens. Para eles os hebreus "brotaram da terra" palestina. De "crenças históricas" como esta é que partem as definições ortodoxas das origens dos povos e das invenções. Mas vamos prosseguir.

Vamos relembrar a frase "cantada" pelo judeu ao oferecer os primeiros frutos da terra, que entendo serem da agricultura, nos tempos de Abraão:

Deuteronômio 26:4

O sacerdote receberá o cesto de tua mão, e o colocará perante o altar do SENHOR, teu Deus.

Deuteronômio 26:5

"Então, solicitando a palavra, tu declararás em alta voz diante de Yahweh, teu Deus: ‘Meu pai era um arameu errante. Ele desceu ao Egito com um pequeno grupo de pessoas e ali viveu e tornou-se uma grande nação, poderosa e numerosa."

Esta trecho e o contexto nos dizem algumas coisas:

- Ao colher os frutos da terra, o hebreu devia levar sua oferta ao sacerdote;
- Abraão formou um grande povo no Egito antes de se estabelecer na Palestina;
- Abraão se tornou nação, ou seja, desenvolveu os rituais, língua e costumes próprios;
- Abraão e seu séquito deviam SEMPRE lembrar de suas origens. A citação constante de suas tradições garantia a tradição oral sólida;

Sobre a descida de Abraão de Ur para o Egito, o autor Joseph Smith 

(History of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints - 7 

volumes) cita que o patriarca levou o conhecimento de Matemática e 

Astronomia para os Egípcios.

Da mesma opinião é Nancy L. Calvert, PhD em seu trabalho para a 

Universidade de Sheffield (Abraham Traditions in Middle Jewish 

Literature).

O mesmo diz o historiador Artapanus (100 a.C.) e Brian M. Hauglid em 

seu trabalho "Abraham in Non-Biblical Traditions".

Abraão de Ur era um cidadão da chamada civilização Acádica. Os egípcios eram de descendência Camita, e se estabeleceram mais para o Sul da linha que corta o hoje Kuwait, não tendo contato com os povos mesopotâmicos senão quando das primeiras guerras com os Assírios, anos mais tarde. Isto corrobora o fato de que algo ou alguém serviu como fonte do conhecimento egípcio. A evidência clara de que Abraão esteve no Egito em condição privilegiada é a sua escrava Agar. Mas Agar não tinha origem escrava. Ela era uma princesa egípcia que abandonou os privilégios do Palácio do Faraó para servir a Sara. 

Segundo autores muçulmanos, ela seguiu a Abraão por este seguir o monoteísmo, o mesmo observado entre os Ismaelitas provenientes de seu ventre.

O nome Agar vem de "Ha-Agar", que quer dizer recompensa. Ela foi a recompensa de Faraó pela contribuição de Abraão à civilização Egípcia.

Portanto, os hebreus, oriundos de Abraão não eram toscos seres errantes e broncos, e sim uma nação com domínio de conhecimento suficiente para sobreviver tantos e tantos anos mudando de ambiente e de fontes de subsistência, até chegar aos dias de hoje e dar à humanidade a base da fé que irá salvá-la da destruição. Isto para quem tiver a humildade de aceitar.

Quanto às "extensas plantações de cereais", relembro o consórcio obrigatório entre o modo de vida nômade e semi-nômade ou também sedentário. Parte do clã se dedicava à cultura da terra, senão nós não teríamos Abraão fazendo oferta dos frutos da terra ao sacerdote.

Continuarei respondendo às perguntas, independente das disputas por quem está com a razão. Só peço que leiam e meditem sem ideias pré-concebidas e nem ceticismo cego. Se demorar, me perdoem.