segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Autoridade, sim e não

Se fossemos falar algo a respeito do NÃO, diríamos que é o maior Instrutor presente na raça humana, desde tempos imemoriais.

Se fossemos tentar chegar às suas raízes, começaríamos por coisas bobas como:

É o contrário do SIM;
É o opositor;
É o maior incômodo;
É a negação de algo;
Deveríamos substituir o NÃO por "algo mais construtivo".

Isto tudo é uma bobagem, pois é fruto do senso comum e pensamento superficial.

A origem do NÃO

O NÃO não existiria, sem a pré-existência de uma Autoridade. Se alguém tem o poder de negar algo, com propriedade, provavelmente tem um conhecimento ligeiramente superior ou muito superior ao que é negado em suas intenções.

Hoje, nesta sociedade "um pouco" decadente, a negativa passou também a vir de uma fonte ilícita: representantes que tem o cargo obtido por meio de dinheiro ou política. Mas deixaremos este aspecto corrupto da Autoridade e explorar as suas raízes verdadeiramente decentes.

O primeiro NÃO veio dos véus colocados nos cômodos, se assim podemos dizer, das tendas. O local onde ficava o casal, ou as virgens, era resguardado dos olhares de terceiros. Era o pudor da nudez já em seus primórdios de conduta moral.

Aqui temos o maior segredo do NÃO: a sua associação com o OLHAR.

O que tem demais olhar a nudez, já que é natural ?

A Nudez

A Nudez é o "desvendamento da roupa original do indivíduo". Se o ser humano não tiver ABSOLUTAMENTE NADA, ele terá a sua Nudez como o seu PRIMEIRO PATRIMÔNIO  Portanto, o respeito e o resguardo da Nudez é o resguardo do PRIMEIRO PATRIMÔNIO. O corpo, como habitação de nossa alma, é o nosso PRIMEIRO IMÓVEL.

Na intimidade do casal, um dá a conhecer ao outro a sua Nudez, numa concordância de compartilhamento de seus Patrimônios, pois o corpo de um se torna também do outro.

Voltemos ao Primeiro Imóvel do ser.

Nós, a raça humana, planejamos todas as nossas moradas com uma porta. As tendas dos primeiros nômades possuía um véu em sua entrada. Até os índios fazem uma porta mais baixa e estreita na entrada de suas casas comunitárias. Este véu é uma Porta, algo de mais fácil entendimento para nossa sociedade do que o pedaço de pano usado pelos antigos.

A porta

A porta é um dois símbolos da dualidade SIM e NÃO. Aberta é o SIM (entre), fechada é o NÃO (não entre, proibido).  Jesus, o filho de Deus, foi tão longe em sua definição que disse:

EU SOU A PORTA (Porta para a vida eterna)

Em eletrônica digital, os pesquisadores e engenheiros chegaram ao armazenamento e processamento de informações simplesmente indo ao aspecto mais radical que estamos explicando aqui: uma unidade de informação pode ser zero (Não - falso - desligado) ou um (Sim - verdadeiro - ligado). Ou seja, se quisermos ir ao fundo filosófico da informação digital, teremos que ela é uma coleção de verdades e de falsidades.

Ligado e desligado

Falando da unidade de informação digital, temos dois estados, observados em todas as máquinas que o homem faz, mas também em algo mais profundo. Quando colocamos uma máquina para funcionar, nós a ligamos. Quando uma Autoridade dá uma ordem, ligando um evento ou processo, ela está dando um sinal de SIM para que algo seja FEITO. É a ordem de INÍCIO. Em uso de metáfora, poderíamos dizer que FOI ABERTA A PORTA. O mesmo acontece com as empresas no início de cada dia: as Portas são abertas para a entrada dos clientes.

A Autoridade

A Autoridade vem através da ordem: ordem para abrir a PORTA, para COMEÇAR, para INICIAR alguma coisa. Ela é sempre confundida, pelos anarquistas e insatisfeitos, com o NÃO. A Autoridade é que tem a atribuição (não diremos poder) de assinar, de INICIAR. Quando se diz assinatura, prefira dizer início. Assinatura é só o momento marcado em que algo foi iniciado. Em si ela só é uma marca no papel.

E, olhando pelo lado do INÍCIO, a Autoridade se parece mais com o SIM, do que com o NÃO. As negações procedem somente (fora do sentido corrompido de Autoridade alcançada por corrupção) de tentativas de se agredir a moral. Exemplo: o salteador tentava entrar na tenda de alguém rasgando o tecido com sua espada. A barreira da tenda e a parede de uma casa são expressões de negação, bem como a porta fechada, ou seja, NÃO ENTRE.

Ao efetuar uma ação contra um NÃO, desrespeitando-o, o salteador se expõe às consequências funestas. Ele está indo contra uma Autoridade lícita.

Conclusão

A propaganda iniciada principalmente após os anos 70, em busca da liberdade, e da "evitação" do NÃO, procurando "coisas mais positivas", simplesmente provocou o desgaste do sentido de autoridade, constatado nas escolas, entre os jovens, e depois entre os nossos políticos atuais, oriundos daquela época (hoje eles correspondem à faixa etária dos 35 aos 50 anos), que chegaram ao poder, sem saber qual o sentido real de Autoridade.