quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Psicologia das massas no Êxodo

Um texto pode ser interpretado pelos Fatos expressos em seu Conteúdo, pela Ótica do seu Autor ou pela Intenção de seu Inspirador.

Autor nenhum se auto-inspira. Somente quando o seu cérebro primitivo ( que capta uma emoção que transparece no Fato) é ativado por algo que chega ao seu conhecimento é que ele reage pelo ato da escrita.

Êxodo 32

No texto bíblico do Êxodo, em seu capítulo 32, é narrada a crônica do Bezerro de Ouro.

Moisés, o grande legislador hebreu, sobe ao monte, para ter um encontro com Deus, enquanto o povo o aguarda na planície.

Precedentes

O povo Israelita havia praticamente acabado de atravessar o mar, e visto Deus livrá-los dos seus perseguidores egípcios. Em sua memória deveria estar gravada os eventos da noite em que Deus matou os primogênitos de todo o país do Egito. Portanto, havia precedentes espirituais de apoio para crerem em Deus e a Ele deverem fidelidade.

Mas não houve só isto. Houve um compromisso verbal expresso em Êxodo 24:3 :

"Todas as palavras que o Senhor tem falado, faremos"

Eles não falaram:

Quase todas as palavras que o Senhor tem falado, faremos;
Todas as palavras que o Senhor tem falado, talvez faremos;
Todas as palavras que o Senhor tem falado, tentaremos fazer;
Todas as palavras que o Senhor tem falado, faremos se pudermos;


Quando os povos do passado proferiam seus juramentos, eles os cumpriam, sem precisar de documento, assinatura, carimbo ou registro em cartório.

Os fenômenos das massas

1º estágio: Falta de Paciência

"Mas vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte" (Êxodo 32:1)

A Paciência é uma virtude, e exige tenacidade e confiança para a Espera. O povo hebreu, mesmo tendo os precedentes por nós citados, não aguentou esperar. Hoje, este fator está excessivamente pronunciado nas pessoas. Ninguém aguenta esperar nem um minuto que seja. Estamos dominados pelo imediatismo. E aquele povo estava desta forma, ou talvez pior, por estar em meio ao deserto, sem vislumbrar as belas paisagens do Egito, e principalmente da fulgurosa paisagem da terra de Goshen no delta do Nilo.

A falta de paciência com algo que provavelmente ocorreria hora ou outra (a volta de Moisés) se chama Ansiedade.

2º estágio: Intimidar o líder

"o povo ... acercou-se de Arão" (Êxodo 32:1)

Em pelo menos um aspecto o povo fez o correto: foi ao líder. Retirado temporariamente Moisés, o próximo na linha de Autoridade era Arão, seu irmão. Mas quando se vai ao líder, pode-se estar preparado para obedecê-lo, ou para desafiá-lo. Cercar Arão, utilizando-se de várias pessoas, é um claro ato de pressão psicológica.

3º estágio: Introduzir a dúvida

"porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu "(Êxodo 32:1)

Dizer que não sabiam o que era feito de Moisés era apenas um pretexto, uma justificativa, para colocarem em dúvida a liderança de Moisés. Estando ausente, o que significava a sua Autoridade agora ? Esta foi a mesma técnica da serpente no Jardim do Éden, ou seja, introduzir a dúvida. Por isto a fidelidade aos líderes é necessária, pois ela substitui, com eficácia, a ausência física desta Autoridade.

Havia também a confissão de culpa na frase "o homem que nos tirou da terra do Egito". Ora, eles tinham bastante consciência do débito para com Moisés. Ou será que era uma ironia por este tê-los tirado da tal terra onde comiam com relativa fartura (como vão dizer em suas murmurações nos capítulos mais a frente) ?

4º estágio: Querer fazer as coisas do seu jeito

"Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós" (Êxodo 32:1)

Vejam bem, como é que você chega para um líder e dá uma ordem "Levanta-te ...". Isto demonstra a falta de noção de submissão à autoridade. E, em seguida, já vem o Jeito das Massas "faze-nos deuses". Eles definiram o que Arão deveria fazer.

5º estágio: Dar corda para o povo se enforcar e se manter no poder

E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei-mos. (Êxodo 32:2)

Uma vez intimidado, Arão não tem outra alternativa a não ser fazer o que a multidão quer, pois fazendo, pelo menos ele ganha tempo, para em um momento posterior poder anular a ação ou punir o povo. Eles precisavam encarar as consequências de seu ato. Se ele negasse, poderia ser morto, e não teria esta chance depois. As vezes o líder precisa ceder, no momento da loucura de seus liderados. Se ele fosse morto, um outro, sem nenhum compromisso com Deus, poderia assumir de vez as massas, e até tirá-los para longe dali.

6º estágio: Dar uma chance de desistência

Amanhã será festa ao Senhor (Êxodo 32:5)

Já devia ser tarde, pois no verso posterior é dito "E no dia seguinte madrugaram". A festa não podia começar naquele mesmo dia, não ? Poderia, mas Arão lhes deu a noite para pensar. Mas a massa de hebreus estava tão ansiosa para pecar, que acordou cedo para fazê-lo.

7º estágio: Tumulto

O povo, para se esbaldar e fazer sua própria vontade, chegou a se desnudar, numa clara intenção de obter o prazer junto ao culto moldado ao desejo de seu coração. Se fosse um real culto a um deus, por que a necessidade de tirar as roupas ? Porque isto a que eles chamaram culto era mais uma festa de exaltação da carne, ou seja, um carnaval.

8º estágio: Punição

Deus providencia a punição dos perversos:

Assim feriu o Senhor o povo, por ter sido feito o bezerro que Arão tinha formado. (Êxodo 32:35)

Conclusão

Assim como acontece nas manifestações públicas, ocorreu no episódio do Bezerro de Ouro (coisa ilícita). As massas começam até com boas intenções. Mas então entra a crença de que a bagunça (Bezerro de Ouro) é mais eficaz. O líder desafiado é o Estado, e a punição é a repressão policial.

Liderança envolve Fé. O líder não tem poder em si. Seu poder está na crença daqueles que se submetem a ele, pois creem que ele vai conduzí-los pelo melhor caminho. E o melhor caminho não é aquele isento de tropeços, mas o que vai produzir resultados eficazes em relação às suas aspirações.







segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Introdução ao quarto Evangelho - O Evangelho de João

A introdução do Evangelho de João é enigmática, mas descobriremos, neste artigo, que ela é coerente com o tempo histórico-filosófico da Grécia, e com o pensamento que permeava a mente daqueles povos.

Procure entender este contexto complexo. O mundo era politicamente romano, filosoficamente greco-romano, de língua greco-latina. Jesus pregou Sua palavra em um nicho judaico, entre judeus que falavam também o grego, em um dialeto do aramaico (siríaco), para seus 12 discípulos judeus.

Na Internet já lemos informações que confundem os conceitos e geram uma legião de confusos. Coisas como: "O único discípulo judeu era Judas (por causa do nome)". A própria Bíblia esclarece que "a Salvação vem dos judeus", ou seja, a revelação de Jesus seria PRIMEIRAMENTE pregada para os judeus. Para entender também a aliança de Jesus com os homens, os discípulos precisariam ser instruídos no Torah (5 primeiros livros do velho testamento mais algumas leituras para festas e feriados, sejam profetas, sejam crônicas). Ou seja, os discípulos teriam que ter uma preparação conceitual para conversar com o Filho de Deus.

Império Romano

Jesus nasceu durante o domínio do Império Romano, mas não era considerado como tal. O apóstolo Paulo conseguiu cidadania Romana. De Jesus nada se fala. Os judeus nascidos no império romano eram, primeiramente judeus. Eles odiavam o império romano e não queriam se misturar com ele.

Os romanos eram bons nas armas, porém não tinham base filosófica. O arcabouço filosófico do império era dado pelo pensamento grego, mas Jesus não a utilizou em seus discursos. Prestem BASTANTE ATENÇÃO. Se o discurso de algum evangelho ou epístola cita valores GREGOS, isto não ocorre por Jesus ter citado, e sim para fazer comparações com os valores que os gregos entendiam, bem como os romanos sob influência grega. Se você está explicando química para cozinheiros, precisa fazer analogias com coisas que os cozinheiros já estejam acostumados.

Jesus cita muitas comparações de coisas da fé com pesca, porque o seu público tinha muitos pescadores. É preciso usar o discurso com sabedoria.

Heresias

Devido à má leitura e à interpretação apressada, imediatista e sem pesquisa desta geração do início do século XXI, existem falsos estudiosos confundindo Jesus com algum profeta grego ou algum profeta romano, ou com um mito grego ou mito romano. Tem também uma espécie peçonhenta de judeus que se denominam MESSIÂNICOS, mas que realmente são "sinagoga de Satanás" (como reza o Apocalipse, para nos avisar), que dizem que Jesus não era judeu porque o nome Jesus é grego. Isto é fruto da lógica concreta que Piaget descreve em seu trabalho, e que se manifesta entre 7 e 9 anos de idade nas crianças. Chegam ao cúmulo de falar que Jesus não é o Messias pois a letra "J" não existe em hebraico. Este argumento é muito infantil e assusta quem tem um pouco de inteligência. Mas para inventar heresias, basta uma hipótese, uma meia verdade, e está concebida a blasfêmia.

A situação dos judeus era de nacionalidade e religião garantidas por decretos romanos, para evitar rebeliões. O que os romanos queriam era o pagamento de impostos. Eles pouco se incomodavam se os judeus adoravam a Javé, Jeová, Alá ou Baal. Só não queriam rebeliões. Os filhos de mães judias eram judeus, e nunca romanos ou gregos. Portanto, Jesus não era nem um e nem outro. Ele era judeu.

Algo semelhante ocorre com o povo basco e com os curdos. O país Basco não é independente, e sua fronteira é delimitada até a região onde exista um basco no norte da Espanha. Quem nasce lá é considerado basco pelo povo local. Os espanhóis, no entanto, exigem que eles portem documentos espanhóis, mas eles estão pouco se lixando para seus opressores. Quando nasce alguém neste povo, ele é considerado basco, e não espanhol.

O Logos e o Verbo

O evangelho de João apresenta aos leitores da época, gregos e judeus que falavam grego, o princípio para se entender Jesus. Ele cita o "Logos" (palavra, estudo, tratado). Ele começa o seu evangelho com a expressão: "No princípio era o Logos (palavra/verbo)."

A introdução já apresenta um conceito muito comum entre os gregos na época, e que se espalhou no meio dos romanos, que tomaram emprestado o pensamento grego, por não terem nenhuma raiz filosófica forte o suficiente para resistir ao pensamento grego.

Mas o autor do evangelho é mesmo um profissional de Comunicação e um eficiente Relações Públicas, pois a expressão "No princípio ..." tentava harmonizar o discurso em grego ao discurso hebraico do "Bereshit" (no princípio/em princípio). Esta "fórmula" era mágica para o ouvido dos judeus.

Desta forma, judeus que rezavam em hebraico e judeus que falavam grego entenderiam a mensagem, pois foi construída para todos os públicos almejados.

Nesta época, os judeus se recusavam a falar o latim. Falar a língua do dominador é admitir e se curvar a ele, e os judeus, por sua tendência nacionalista e exclusivista, para preservar a sua cultura, não fariam isto. Mas e o grego ? Grego era uma língua aceita no império e era propriedade de outros dominados, como eles.

Este "Logos" (a palavra, o discurso) estava, no princípio, com Deus. Então, João vai ao extremo de dizer que o Verbo (Logos) era Deus. Ou seja, o princípio, a mola propulsora, a razão por detrás de tudo era este Deus de quem João está falando.

Ao dizer em João 1:2 que "Ele estava no princípio com Deus", fala-se do "Verbo" na intenção clara de personificá-lo. Passando o "Verbo/Logo" para a pessoa de Jesus, um grego, pensando internamente na língua grega, e um romano pensando também em grego, entenderiam este discurso, digamos, codificado em linguagem religiosa.

O objetivo era ser entendido, e não falar somente a mensagem do evangelho. Era preciso estabelecer um paralelismo filosófico da mensagem com a língua dominante. Vamos deixar claro, para que ninguém estabeleça uma nova heresia, que o escritor não estava pregando filosofia grega, e nem um novo deus grego, e sim utilizando os protocolos verbais necessários para se fazer entender.

Falsas interpretações

Alguns falsos letrados inventarão que Jesus era um deus grego. Outros fantasiarão um deus romano. E o pior que isto já aconteceu em nossos tempos, entre os judeus messiânicos. Lamentável. Fazer isto é confundir a língua com a origem da entidade descrita por esta língua. Será que se Jesus fosse apresentado aos indianos em língua indiana, estaríamos obrigatoriamente criando um deus Hindu ?

Estes enganos são gerados pelo engano da pessoa utilizar o tipo de raciocínio descrito pelo grande teórico e também experimentador de didática, o suiço Jean Piaget. Se entre os 7 e 9 anos, a criança não sofrer uma intervenção de um orientador para corrigir sua tendência aos concretos, sem entender as metáforas, os prejuízos se farão sentir em toda a sua vida.

Que fez todas as coisas

No verso 3 deste capítulo 1 de João é dito que:

"Todas as coisas foram feitas por meio dele ..."

Ou seja, por meio da Palavra todas as coisas foram feitas, era a mensagem compreensível para os judeus. Existe até um ditado entre eles que diz: "Deus fez o mundo através das letras hebraicas. " Por meio do Logos, palavra utilizada no grego, a mensagem seria igualmente compreendida pelos gregos. Judeus que ouviam a mensagem em grego traduziam em suas mentes o "Logos" para a sua ideia de Palavra, Verbo, além de reconhecer em suas mentes a estrutura do "Bereshit barah Elohyim" do Gênesis em hebraico..

Esta introdução que estamos fazendo é uma prevenção contra confusões de ideias de nacionalidade, de língua e de conceitos cristãos associados ao nascimento da pregação cristã.

A luz

Ao falara da Luz, João quer lembrar o primeiro ato verbal de Deus no Gênesis 1:3, ou seja, o "Haja luz".

Existe, portanto, um perfeito paralelo entre o início do Evangelho de João e o início de Gênesis 1. Tudo isto para o reconhecimento do evangelho pelos judeus. Um judeu esclarecido deveria perceber a intenção deste discurso.

Mas, e os gregos ? Eles não tinham iniciação na Torah judaica, a que chamamos de Pentateuco (mas que possui outros trechos das escrituras também). Como entenderiam esta introdução do evangelho ?

Ao escrever o evangelho, o autor tomou o cuidado de adequar o conteúdo à leitura pelos gregos que viveram nos três primeiros séculos depois de Cristo. Nesta época, já começava a surgir uma heresia, de nome

Gnosticismo

O gnosticismo foi uma tentativa de combinar o DUALISMO com o Cristianismo. É claro que os gregos tentariam fazê-lo, para harmonizar a nova doutrina com os princípios filosóficos que já dominavam, pois não estavam totalmente prontos para absorver o significado mais puro do Cristianismo, por ser este uma verdade espiritual, e não filosófica. Veremos mais a frente o significado desta diferença.

O DUALISMO postula a doutrina de dois princípios eternos do BEM e do MAL; consequentemente, dois domínios não criados da LUZ e das TREVAS, de imaculada pureza mas de essência corrompida. Um é o domínio da pura espiritualidade (LUZ), na cabeça do qual estava Deus mesmo; o outro o domínio da matéria, escura, caótica e má.

Por isto o verso 1:5 de João diz:

"A Luz resplandeceu nas trevas, e as trevas não prevaleceram sobre ela."

Constatem com a sua razão o DUALISMO. Por causa do gnosticismo, João teve o cuidado de esclarecer a oposição, e seu real significado cristão.

Conclusão

Vejam, é só a análise do trecho inicial de João, e vejam a quantidade de coisas envolvidas. Bíblia é assunto sério, e não pode ser encarado de forma precipitada.






sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Profecia de Isaias sobre o Messias ( Jesus Nazareno )

Quem é Isaías

Começamos dizendo que para profetas, não dizemos "foi" e sim "é". Depois da profecia fica o testemunho. E quando realizada, teremos o profeta ressurreto. Fomos Claros ?

Isaías é o maior profeta do Antigo Testamento (Lei e Profetas). Nasceu em 760 a.C, de acordo com os registros judaicos e começou seu ministério profético em 740 a.C (portanto com 20 anos). Viveu pelo menos até 681 a.C. (59 anos). Se tivesse vivido 100 anos, chegaria a no máximo 640 a.C. (mais a frente verão o porquê deste argumento).

Contexto Histórico

Nesta época, o país que conhecemos como Israel, hoje, estava dividido em 2 reinos:


  • O do Norte, que levava o nome de Reino de Israel;
  • O do Sul, cujo nome era Reino de Judá;


Esta geopolítica de Norte e Sul nos é bem conhecida em países (Coréia, Iêmen) e estados (Mato Grosso). Com o tempo, cada parte ganha um nome particular, desvinculado do nome original do todo.

O reino do Norte reunia 10 tribos e uma parte dos Levitas (sacerdotes). O reino do Sul reunia as tribos de Judá e Benjamin.

Isaías foi contemporâneo de 5 reis Assírios:

  • Assurniram;
  • Tiglate Pileser III;
  • Salmanasser V;
  • Sargão II;
  • Senaqueribe;


Com esta informação, dá para constatar que o profeta está inserido em registros históricos de um tempo que cruza vários reis Assírios, império registrado na história. Portanto, não há lógica nos argumentos de nossa época, em que tudo o que é velho está sendo chamado de mito.

O que faz um profeta

Um profeta não corresponde aquela ideia infantil de vidente, adivinho ou coisa do gênero vulgar a que estamos acostumados, que envolve uma aurade charlatanismo.

Um profeta recebe  a direção de Deus para aconselhar os líderes da nação a que ele pertence de forma objetiva e prática. É um conselheiro do governante.

Hoje não temos mais profetas. Temos assessores: Assessor Financeiro, Assessor Comercial, Assessor Diplomático, Assessor de Expansão, etc. Os profetas eram Assessores que aconselhavam o governante naquilo que era a raiz para o bom andamento da nação, atingindo todos os assuntos do Reino. Mas a diferença é que os seus conselhos não vinham da sua cabeça, mas de Deus. Se a sua direção não fosse acatada e seguida, a nação sofria as consequências.

Atestado de Credibilidade

No livro de Isaías, capítulo 45, verso 1, o profeta diz:

"Assim diz o Senhor ao seu Ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão" .

Ora, como já dissemos no tópico "Quem é Isaías", mesmo que Isaías vivesse 100 anos, não veria Ciro vivo, pois este só veio a nascer em 558 a.C., e Isaías, aos cem anos, chegaria somente ao ano 640 a.C. Para conhecer Ciro ele teria que chegar a 162 anos.

Então, como é que o profeta iria prever a vinda de um Rei e ainda por cima acertar o seu nome ?

A resposta é que Deus deu a ele esta profecia, que não servia ao Reino de Judá naquele momento, para ATESTAR a sua competência como profeta, com exatidão, para que nele cressem quando profetizasse a vinda do Messias, como veremos adiante.

A profecia do Nazareno

Em Isaías capítulo 11 verso 1, o profeta diz:

"Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará".

A linguagem profética tomava emprestados valores típicos da vida daquele povo. Este povo saíra de uma vida de pastoreio para a vida sedentária apoiada na agricultura. Obviamente as suas metáforas eram baseadas na vida agrícola:

Verbos: Brotar, frutificar;
Substantivos: galho, tronco, broto, raízes;

Ainda assim há um jogo de ideias com o nome Jessé (presente). O galho é um presente da raíz e o broto é um presente do galho.

Em hebraico, com a transliteração temos:

Veyatsa      choter  migeza               Yshay   venetser   misharashayv      yfereh.
(E brotará) (galho) (no tronco/raça) (Jessé) (e broto)     (das raízes)    (frutificará)

Em primeiro lugar, todas as frases significativamente importantes da Bíblia hebraica tem 7 palavras.

Vamos tomar do dicionário hebraico a palavra broto:

ונצר

No hebraico, lemos as frases da direita para a esquerda. A primeira letra (ו) é a conjunção coordenada "e". A palavra broto é realmente o restante: נצר .

Os valores fonéticos são: n (נ), ts (צ) e r (ר), ou seja,  "netsor" (as vogais não são representadas.

Quem é o Broto ?

Isaías usou a palavra "broto" de forma premeditada por Deus. Ele poderia dizer filho (netson), mas não o fez. esta palavra é uma pista para os hebreus, a quem foi dada a guarda da palavra até a vinda do Messias.

Jesus nasceu em Belém, mas preferiu viver em Nazaré, donde incorporou (o povo o fez) o epíteto "NAZARENO". E foi viver em qualquer outro lugar que não o de nascimento devido ao dito judaico de que"o profeta não tem honra em sua própria terra". Vejamos agora este epíteto NAZARENO em hebraico:

נצרת

Pronuncia-se "netsurot". A diferença é bem pouca para "netser".

Um hebreu não precisava de muita esperteza para perceber a flagrante semelhança entre uma coisa e a outra, a não ser que estivesse cegado por Deus, através de seu orgulho nacional.

Mas por que Deus não deu ao profeta o nome exato, como no caso de Ciro, que tinha menos importância do que o Messias Salvador ?

Deus não deu o nome exato, primeiro para que não chegasse qualquer um e tomasse o nome de Jesus e se apresentasse como o Messias. Segundo, para que Ele fosse recusado pelos judeus, e toda a humanidade pudesse ter acesso ao Deus único, pois Deus não é de categoria nacional, mas Universal.

A pista esteve na profecia por 700 anos, e os judeus não se deram conta. Os rolos do livro de Isaías já tinham sido lidos e copiados (coluna por coluna e linha por linha, assim era feito) várias vezes, e ninguém percebeu.

Desta forma, Jesus pode ordenar o espalhamento da Palavra pelos quatro cantos do mundo.

Judeus messiânicos

Hoje temos uma seita radical (de raiz) do judaísmo, que afirma que o Jesus que veio é um mito criado por Roma, e que o nome deste Messias é Yeshua. Só pela profecia isto se constata falso. E pelo argumento de que o nome do Messias não podia ser conhecido com exatidão, este nome cai por terra. Eles citam este nome que está em Esdras e Neemias, mas que em nada tem relação com o Messias.

sábado, 23 de agosto de 2014

Descrença e consciência - Estou sonhando ou acordado

Começamos pelo simples e óbvio:

ESTOU VIVO

Esta é a nossa forma mais primitiva de constatação de SER, de ESTAR AQUI e AGORA.

Consciência e Memória de curta duração

Nossa sensação de consciência reside numa "janela" muito pequena, denominada de Memória de Curta Duração, que biologicamente reside em grande parte no HIPOCAMPO (uma região do cérebro que também se encarrega de criar novas memórias).

Ela é tão frágil, que só é capaz de armazenar somente 7 números de telefone. O oitavo é armazenado por uma dedução instantânea que pode falhar.

Nesta "janelinha" está sua consciência. Ou seja, enquanto pensamos em alguma coisa, estamos inconscientes. Isto é comprovado por estudos e experimentos que avaliaram nossa inconsciência por mais de 95% de nossas atividades diárias.

Ou seja, temos muito pouca consciência de nós mesmos durante o dia.

Pensamento sobre nós mesmos

Para nos constatarmos como vivos e presentes, precisamos fazer duas perguntas:

  • Quem sou eu;
  • Onde estou.

Quem sofre de amnésia, uma doença humana, consequência de nossa natureza biológica, é incapaz de responder a primeira pergunta.

E poderíamos incluir uma terceira: estou dormindo ou estou acordado ?

Certas tarefas repetitivas, quando executadas por um tempo razoável, nos colocam num estado de quase sono, onde executamos as ações sem ter muita consciência do que estamos fazendo. E, devido a este estado, muitos operários e motoristas sofrem acidentes.

Consciência do passado

Se a memória de curta duração guarda apenas um "sopro" de tempo, ela precisa buscar em algum lugar a resposta para a primeira pergunta (Quem sou eu?). A resposta é todo um histórico, um curriculum do que você já fez ou pensou em várias situações, para tirar daí sua identidade funcional (sua ação prevista para cada situação).

O passado é o seu Curriculum. É por meio do enriquecimento deste que se dá o amadurecimento do indivíduo, pois ele contém uma relação de suas reaçções programadas às diversas situaçções que a vida apresenta. Todo empresa, ao recrutar novos empregados pede estecurrículo.

Descrença e negação do passado

Mas não basta ter um passado pessoal. O histórico ou curriculum de seus parentes e próximos (amigos, colegas, professores, pessoas que fizeram algo por você, de bom ou de ruim) é importante, pois você estará fazendo comparações com as ações daqueles a todo momento. Sem isto você não terá apoios afetivos, pois os atos de outros são uma forma de afeto ou de valoração de seus próprios atos.

Mas existe uma forma mais profunda de passado. Não basta a identidade própria, nem a identidade de grupo. Você precisa ter consciência histórica. A situação que o seu grupo e que a sociedade em que você vive é do jeito que está por toda uma série de eventos históricos. Ignorar ou negar os fatos históricos que ocorreram com a sua sociedade é meio passo para a depressão. (Leia mais)

Negar o passado é como aleijar o seu currículo. Você omitiria empregos anteriores de seu histórico de habilidades ? Então, não negue o passado, pois ele se refere a habilidades e conhecimentos que outros tiveram muito trabalho para construir de graça para você. Não te custou nada, e você usufruiu deles todo dia.

Descrença de Deus

Fruto da obsessão pelo método científico, que exige provas, o homem diz que Deus não existe. A prova de sua existência seria uma Certidão de Nascimento (absurdo experimental). Na velhice, após se ter vencido as etapas de:
  • Consciência própria;
  • Consciência de grupo;
  • Consciência histórica;
  • Consciência nacional;
o indivíduo pode ser atacado pela seguinte dúvida:

Para onde eu vou ?

Consciência própria

Você, leitor, muita atenção, ABANDONARIA A SUA HISTÓRIA DE VIDA COMPLETAMENTE ? Você admitiria que duvidassem de você quando dissesse: "Nasci aqui ou ali", "meu pai fazia isto ou aquilo", "estudei em tal escola" ? Você admitiria ?

Consciência Histórica

O apoio para a crença em Deus está na consciência histórica, pois esta remete o indivíduo a tempos imemoriais. Quanto mais o tempo passa, menos controle temos sobre as obras que o passado nos deixou, e portanto MENOS QUESTIONAMENTOS PODEMOS FAZER.

Se estamos aqui hoje, devemos nossa situação a quem construiu esta sociedade, seja ela boa ou má. Lembrem-se da frase de Isaac Newton, que ao ser elogiado por suas descobertas disse:

Se eu vi mais longe, foi apenas por me apoiar sobre o ombro de gigantes.

Duvidando da história, dos registros feitos por testemunhas como escribas, profetas, reis ou quaisquer autoridades, você está dando seu direito aos outros de duvidarem de sua própria história, de quem você é e de onde você veio. Isto se reflete na própria credibilidade do indivíduo. Se você observa, em conversa com uma pessoa, que ela revela falta de crenças em coisas comuns e consagradas, provavelmente ela também tem uma credibilidade baixa em relação aos outros, ou seja, não é uma pessoa confiável, pois credibilidade é via de mão dupla.

Hoje temos uma geração que nega tudo:
  • A Bíblia;
  • Deus;
  • Jesus;
  • Casamento; 
  • Estudo;
  • Descobertas arqueológicas;
  • Que o homem foi à Lua;
  • Que a Biologia Molecular existe;
  • Autoridades
Se você duvida de tudo o que foi registrado na história, você mesmo e uma fraude. Você não é digno de crédito.

Veja a lista de Fontes Primárias da História.

Se existir no Youtube, é verdade, senão é mentira. E tem alguns que mesmo vendo em um canal de credibilidade ainda duvidam. Qualquer coisa um pouco diferente do comum, ou não facilmente alcançável pela mente já suscita desconfiança.  É comum ver nos comentários de blogs e foruns coisas como:

"Falou, falou e não disse se é bom ou ruim."

Sabem o que isto significa ? Que esta geração quer definições, conceitos, exemplos e conclusões prontas, pois não sabem pensar. Sua consciência própria e histórica é muito baixa, e insuficiente para cruzar ideias.

E, por consequência disto, temos jovens com depressão, com doenças psicossomáticas, com transtornos de aprendizado, que acham qualquer coisa fácil muito trabalhosa de se fazer.

Conclusão

As crenças produzem uma consciência completa e mais firme do indivíduo, tornando-o mais resistente aos desafios da vida.

As crenças são a nossa própria medida de credibilidade.

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Fontes:
A Bíblia
Diálogos de Platão
FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO, CONSCIÊNCIA E ALIENAÇÃO - Newton Duarte
O Livro da Consciência - Antônio Damásio
Leitura e Análise de Fóruns de Internet sobre assuntos religiosos


domingo, 17 de agosto de 2014

O nascimento da adoração aos animais - Direitos humanos e dos animais

Sacrifícios

Desde Adão constatamos na raça humana a noção de sacrifícios, para perdão dos pecados. Para esclarecer este Adão, não importa se ele corresponde ao nome de um homem, de um clã, de um povo, de uma civilização, ou um ponto intermediário da história; o que importa é que o seu nome ficou indelevelmente gravado na história.

Tendo este personagem pecado, não importando se foi por comer uma maçã, pera, melancia, ou por ter perpetrado uma relação indevida com Eva (como querem muitos freudianos, intoxicados pelo mito/tabu do sexo), o que ele fez foi interpretado por Deus como pecado. Deus, sendo O Deus, poderia determinar a Adão que não bebesse leite, senão cometeria pecado, porque dEle é a autoridade e fim. Deus determina, assim como as autoridades ou as leis determinam. Estar debaixo de autoridade é que faz o Homo sapiens um homem de verdade.

Pecado e substituição

Estando Adão, desta forma, não mais limpo (os leitores se assustam com o adjetivo "imundo"), Deus concebeu uma forma SUBSTITUTIVA do pecador: UM ANIMAL. Os que acusam Deus de tirania, acham isto um absurdo: o animal pagar pelo homem. Pense simples: Você preferia que Deus matasse o homem quando este pecasse ? Nem 7 vezes 77 vidas seriam suficientes para o homem. Os dias de vida de um homem são 70 anos x 365 dias/ano = 25550 dias. Pecando dia sim dia não, pecaríamos, em média, 12775 vezes. Deus é bom.

Primeiro sacrifício

O leitor "pé da letra", vai dizer, ao ler sobre o pecado de Adão, que não foi falado que um animal foi morto após o seu pecado. Mas, um leitor que usa a lógica/razão, verá que as vests de peles de animais com que Adão e sua mulher foram vestidos se originaram de um animal. Portanto, pelo menos umanimal foi morto neste evento doloroso.

Considerando a situação, após o pecado FOI INSTITUÍDO O SACRIFÍCIO.

Neste momento, vamos imaginar um absurdo. Isto é importante, para que vejamos a miopia da qual sofremos hoje pela influência de um pensamento ortodoxo e prejudicial. Suponhamos que, naquele tempo, existisse a Associação Protetora dos Animais. O que ela faria com Adão ? Adão seria apedrejado. E se existissem as ONGs de Direitos Humanos ? Eles processariam a Associação de Proteção aos Animais. Com isto, seria iniciada uma guerra entre as duas, com a decisão se estendendo até os dias de hoje. Pelo menos se fosse no Brasil.

Compreenderam a situação quando se tenta colocar leis para as quais o contexto social não está corretamente estabelecido ?

Mas vamos prosseguir.

Um deus sanguinário

Por causa da instituição do sacrifício, HOJE existe gente (legalista) que classifica e que julga Deus um deus sanguinário. Deus, um exterminador de animais, sedento de sangue. O ser humano perdeu mesmo a noção de respeito e do seu status ínfimo frente à espiritualidade. Homens estão julgando o Deus do Antigo Testamento como um sanguinário e Zoocida. E mais, surgiu a crítica racional que acusa Deus de ter dado aos hebreus a ordem de matar todos os membros dos povos que ocupavam a região da Palestina (não chamamos de país, pois era uma série de cidades estado). Bem, Medos, Persas e Hunos fizeram coisa parecida, ou pior, pois Deus não lhes deu ordem para fazer isto.

Perguntamos: Pode o homem questionar a Deus ?

Vamos piorar bastante a situação. A crítica racional ainda tem feito mais. Diante de certas coisas que acontecem, vem aquela frase:

"Como é que Deus permite que mulheres e crianças morram nas tragédias ?"

Sim, com tantas terras disponíveis, as pessoas constroem suas cidades nas beiras das praias e dos rios. Vem as enchentes e tsunamis e eles soltam a pergunta acima. Um engenheiro irresponsável não dimensiona direito um viaduto e ele cai e mata muita gente. Então os críticos de Deus se levantam. Alguém rouba um dinheiro numa licitação de uma barragem, e toda uma cidade perece. Culpa de quem ? De Deus.

Ora, o homem se multiplicou na terra, se corrompeu, se julgou dono de seus caminhos e do seu nariz. O conhecimento científico aumentou, aumentou sua consciência sobre as consequências de determinadas coisas, tem Internet, comissões, assembléias e foruns, e o homem prefere fazer do seu jeito. O que tem Deus com o teimoso ?

O homem não reconhece e não respeita Deus, nem tenta conhecer a história de Deus, mas sabe quase tudo de seus pais terrenos. Uns até pedem ajuda de programas de TV para achá-los. Por que ele pergunta de Deus na hora das tragédias ?

História dos sacrifícios

Bem, então, dando graças a Deus por não haver impecilhos, naquela época, ao sacrifício de animais, o homem, sempre que pecava, era obrigado a sacrificar um animal a Deus, conforme a lei consuetudinária de que já adquiriram noção os patriarcas.

Caim e Abel ofereceram seus sacrifícios a Deus. O de Abel agradou a Deus, mas o de Caim não. E isto não se deu por Caim oferecer produtos da terra, mas por Caim já mostrar um coração ruim. E Caim, demonstrando inveja do irmão mais novo, o matou. Eis o homem, eis sua natureza. E foi feito errante depois de receber uma marca de Deus.

E Caim se foi pela terra, e pela sua vocação homicida só pode dar origem aos chamados "filhos dos homens", como diz a escritura sagrada. Tendo se afastado do pai, sendo um exilado, os ensinamentos patriarcais iriam se enfraquecendo na sua mente, enquanto as mágoas iriam se fortalecendo em seu coração. E seus descendentes iniciariam os usos e práticas pagãs, por estarem sob uma autoridade fraca, distante do primeiro patriarca da terra, práticas estas que, infelizmente, chegaram aos nossos dias.

O afastamento das práticas de sacrifício

Entre os descendentes de Caim, ficaria notória a expulsão deste da casa paterna. E, como ocorre numa casa onde o lider não é forte, surgiriam as primeiras oposições às práticas ordenadas por Deus. Quando a autoridade enfraquece, grupos se formam para alterar as coisas.

Achando que poderiam fazer as coisas do seu jeito, e que seriam capazes de ser mais misericordiosos do que Deus, os filhos de Caim inverteram os valores, e a propósito de pena dos animais (o povo de Caim seguiu sua vocação para o cultivo da terra), disseram para si mesmos que aquela prática sangunária não era civilizada. Se não fosse para comer, por que matar e sacrificar animais.

O primeiro grau de inversão de valores foi a reação à prática de sacrifício de animais e o seguinte foi o surgimento de um respeito indevido a estes animais. Para quem estava acostumado às práticas agrárias, bastava as ofertas de primícias da terra, de modo a usufruirem de boas colheitas da terra.

Mas o solo costuma ser caprichoso, e logo uma colheita veio em quantidade abaixo do esperado. E quando isto ocorre, logo se levanta um grupo de lamentadores, com sugestões de modo a querer dar uma solução rápida. E desta forma, acabariam com as últimas dúvidas sobre seguir ou abandonar completamente as práticas do pai de Caim.

E, ainda no tempo de Caim, floresceu a tese de que alguns dos animais poderiam, não pelo seu sacrifício, mas pela sua preservação da morte, lhes proporcionar boas colheitas. E como existem períodos de falta mas também de fartura, pode ter havido coincidência do início da prática com o bom resultado das colheitas.

A Zoomorfia

Mas a inventividade humana não pára. Logo ao primeiro êxito da prática, alguém certamente sugeriu (tanto que aconteceu que os livros registram) que se poderia fazer uma escultura dos animais "de honra" com corpo de humano, e assim se fez. Ocorreu a humanização dos ídolos de animais. A mitologia egípcia é a prova cabal do triste fenômeno.  

Mas a coisa não estacionou neste estágio. Como a corrupção do coração do homem é um abismo sem limites, ele refundiu o primeiro princípio de sacrifício (morte), com os ídolos. As estátuas eram feitas de metal, e os braços esculpidos para frente na altura da cintura, ou se fazia o ídolo com um nicho no abdomem. Aquecia-se o idolo de metal, e uma criança era colocada no nicho ou em seus braços, em sacrifício ao deus. Isto era feito no culto a Dagom (grão em hebraico) e Moloque. Para que o choro da criança não fosse ouvido, tocava-se os tambores ao  máximo, até a morte da vítima.

Conclusão

Assim nasceram os desvios do verdadeiro culto de sacrifícios a Deus, e daí surgiram os usos e costumes pagãos, com evoluções inimagináveis e extensas.

Isto é o que acontece QUANDO O HOMEM TENTA SER MAIS JUSTO QUE DEUS.

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BIBLIOGRAFIA:

Myths of Babilon and Assyria - Donald A. Mackenzie
História das Religiões - Editora Folio
Cross Cananite Myth and Hebrew Epic - Frank Moore Cross


domingo, 27 de julho de 2014

Da morte de Jesus sai a Salvação

O corpo, mesmo mortal, de Jesus, não possui a sina pecaminosa e consequentemente os agentes de degradação que agem nos seres humanos. Jesus nunca poderia atingir a idade da velhice humana. Qual seria o efeito religioso doutrinário  de um Jesus velho. E Deus, infinitamente sábio, TOMOU-O DE VOLTA aos 33 anos.

Se do nosso corpo morto brotam larvas carnívoras, o que emergiu do corpo de Jesus ao ser temporariamente morto ? Segundo a Bíblia, um rio de água viva saiu da ferida resultante do golpe do soldado romano em seu flanco toráxico.

Ergue-se então a voz do ateu, que diz: "Ele era um homem como nós, é claro que seria comido pelas bactérias e larvas".

Mas se isto se desse, o corpo do filho de Deus seria corruptível. E se o fosse, Jesus daria mostras de mau humor, de ira, de dominação, e em lugar nenhum se menciona tal coisa. Ele não suportaria um jejum de 40 dias no deserto, e facilmente cederia ao diabo.

E mais, se ele curava pessoas, sem medicamentos ou aparelhos, como teria seu corpo envolvido por doenças ou por germes patogênicos ? Como colocaria a mão em leprosos ?

Então, por que a morte ?

Ciente de tudo, como se deixou crucificar ? Pergunte-se repetidas vezes. Jesus sabia que Judas o trairia, e:
  • Aceitou-o como apóstolo;
  • Ainda disse: "O que tens a fazer, faze-o depressa";
Era só ele fazer Judas ficar cego ou com lepra e o problema não mais existiria.

Mas Jesus não fez isto. Enganou o diabo. Sabendo que tinha e tem ainda o poder de entregar a própria vida em um corpo de carne, e depois voltar ao corpo, que mesmo após 3 dias não se degradaria, e se mostrar aos seguuidores, Ele se deixou crucificar.

Perceberam o prazo de três dias ? Um corpo humano normal já começa a se degradar mesmo no velório, exalando um mau hálito e fermentando, fato atestado pela presença de pequenas moscas ao redor da cabeça do defunto.

Vida saida da Morte

Ora, quando um humano normal morre, dele sai morte. E de Jesus. Com Ele aconteceu um estranho fenômeno: saiu VIDA. Pois se Ele voltaria daí a três dias !!! Como de uma morte pode sair vida ? Pode porque a partir daí os homens passaram a ter que conviver com a ideia de que Alguém voltou da morte.

Agora, somos obrigados a crer nisto, pois Um rompeu  a fronteira. E estava estabelecida a Salvação pelo nome do único que voltou do Xeol.


  

Mapa Mental - Levítico Capítulo 1 - Sacrifícios de Animais

O Livro de Levítico é de difícil memorização. Mas com uma técnica motivadora, a coisa fica diferente. Utilizamos o eficiente e claro recurso de Mapa Mental, com algumas implementações adicionais, para esquematizar o Capítulo 1:

Crédito: Bernardo Meyer - versão 1.1 - Data: 28/07/2014


A técnica adicional utilizada pode ser vista em alguns elementos gráficos:

Assunto central
(Ideia Principal)
Localização
Entidade
Processo
ou ação
Entidade com
partes destacadas


sábado, 12 de julho de 2014

O Aborto Social e a Hipocrisia Humana

O assunto Aborto é algo que pode derrubar governantes e políticos, ou desacreditar religiosos e famosos. Ele é uma espada na mão da Igreja, seja ela católica, ortodoxa, judaica ou cristã.

Muito de nossa ignorância vem da discussão sem profundidade, apoiada em uma lista deficiente de fatores e de uma visão que não é completa. Para ser analisado, um tema grave precisa partir de uma sua variante mais suave. A variante mais suave do Aborto que chamaremos Físico (retirar, extirpar um corpo em formação) é o Aborto Social. Então, para fixar o referencial deste artigo, tenha em mente o Aborto Físico(1) e o Aborto Social(2). Existe ainda o Aborto Afetivo(3), em que simplesmente você exclui uma pessoa de seu convívio, evitando se relacionar com ela.

A partir daqui, o ser homem vai perceber que é um delinquente disfarçado, ou seja, um hipócrita.

Aborto Social

Foi dito pelos antigos que o Casamento teria que ser até o fim da vida, mas Alguém disse que repudiar a mulher poderia ser possível devido à infidelidade, e também por causa da dureza do coração do homem. Pois bem, isto ter se tornado comum não implica que não fere a ordem social. Não chegamos ainda à ordem espiritual. Ficaremos, por enquanto, na ordem social.

A criança nasce, e do útero materno ela é dada à luz a primeira vez. Quando ela amadurece e pode garantir a sua própria sobrevivência, ela é dada à luz a segunda vez, ou seja, abandona o ÚTERO LAR. Ou você pensa que podemos abandonar um ÚTERO, um recinto protegido, sem cair em outro ? Estar fora de um Recinto Uterino, de alguma espécie, significa a morte. Para compreender esta ideia, veja o que acontece com algumas pessoas que aposentam e morrem, como se sofressem um aborto do UTERUS LABORANDI (o útero correspondente ao local de trabalho). E por que isto ocorre ? Porque esta pessoa não fez da casa o seu UTERUS VIVENDI, isto é, um local seguro para viver. A mulher faz isto naturalmente, pois tem em si um microcosmo modelo (seu útero físico).

O abandono paterno

O réu da acusação, aqui e por enquanto, é o homem (macho da espécie). Ele decide, por razão ou por outra (e isto não é discutido aqui), que vai embora do lar. Seus filhos (estamos considerando apenas o lar com pelo menos um filho) terão a proteção do UTERUS VIVENDI. Ele foi rompido e não tem a proteção integral. Sua primeira camada é a MÃE, e a segunda é o PAI. Tanto isto é verdade, que os filhos terão que ajudar a mãe na manutenção da ordem da casa; terão que ser mais pacientes e mais responsáveis.

Mesmo que pai e mãe trabalhem, os filhos sentem aquela proteção psicológica de que o pai e a mãe voltarão no mesmo dia. E se um deles viajar, é garantido que voltarão findo um prazo, coisa que expressa uma verdadeira noção de Espaço, Tempo e Afeto.

Mas a ruptura uterina pela saída de casa do pai não fica somente no aumento de paciência e de responsabilidade para estes que ficaram. Ela envereda pelo terreno traumático. O filho perde também outros "pedaços". Deixa de receber, todos os dias, o olhar, o abraço e os beijos do pai. Ele fica incompleto. E incompleto é MEIO abortado ou abortado INTEIRO ?

O lado paterno

E o lado do Pai ? O Pai que saiu do lar executou o que classificamos como Aborto Social; ele retirou de sua vida social (e esta envolve CONVIVÊNCIA contínua) aqueles seres. Podem inventar o que quiserem, sob a tarja "PAI PRESENTE", que o dano é inquestionável. Este homem vai, certamente, procurar um outro útero, expresso em outra mulher (contínua ou esporadicamente), pois não consegue escapar disto. Mesmo que seja para a satisfação temporária de suas necessidades sexuais, precisou de um útero, de uma proteção. Este último ato é a verdadeira expressão da INTRUMENTALIZAÇÃO DA MULHER, ou seja, ALGO que se usa por necessidade. Em outras palavras é MATERIALISMO.

O lado materno

Ora, vendo que vai ser impossível instaurar o ÚTERO completo (Lar, Pai e Mãe) para o seu futuro filho, a Mãe constata a invalidade de sua gestação. Se o Pai genético lhe diz que não vai assumir o filho ELE JÁ O ABORTOU em sua mente. Segundo Jesus, se o homem concebe uma má ideia na cabeça, já está no limiar de executá-la (a fantasia é o primeiro passo para a ação). Em outras palavras, o homem (macho) é o primeiro agente do aborto. Alguns até oferecem o dinheiro e dão o endereço da clínica de aborto.

E, se o homem já convive com o filho, dentro do grande ÚTERO que é a casa, ele está, ao abandonar a família, abortando o filho, e fazendo um AUTO-ABORTO, pois está se retirando do mesmo, antes de sua morte, que é o final do período determinado nas palavras:

ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE

É menos frequente as mulheres abandonarem o lar já constituído, que não seja por doença mental, depressão ou distúrbios hormonais que geram os dois primeiros fatores.

Mas, se for vontade da mulher, sabedora de todas as dificuldades humanas e econômicas que advirão da situação, ter o filho, é escolha dela. O filho deve se educado pela sua mãe e pelo pai. Avô ou avó educar neto é ERRADO. Se a menina, mãe da nova criatura, for viva, mas menor de idade, é errado. Melhor que se dê o filho para adoção. Mas se for madura e tiver condições econômicas razoáveis e passíveis demanutenção, e desejar ter o filho, que seja.

Estupro

Em caso de estupro, temos a mesma explicação do lado paterno, ou seja, um arremedo de homem, para simplesmente satisfazer seus desejos sexuais, violenta uma mulher, e sabe que vai condená-la a criar um ser, já abortado na mente dele, estuprador. O novo ser já é MEIO MORTO. A Igreja, materialista, acha que um ser vivo é só um Corpo. E não o é. Um ser é a soma de três:

Vontade da Mãe + Vontade do Pai + Corpo

Um ser vivo (da complexidade do humano) não é só um corpo. Não estamos falando de formas menos evoluídas de vida, mas da mais evoluída.

O lado material

Nas redes sociais, em atitude até desrepeitosa, fotos ou filmes mostram o feto em formação ou já formado na mão do médico ou da parteira ou enfermeira, para convencer as pessoas da barbaridade do ato. É uma expressão puramente materialista, pois na mente do Pai (em primeiro lugar) e da Mãe (que não teve escolha) ele já está morto. Como dissemos acima, um ser não é tão somente definido por um Corpo. A prova disto, em termos espirituais, é o que Jesus disse:

Até destas pedras Deus pode suscitar filhos à Abraão

já deixando claro ao homem que a visão deste é materialista.

A Igreja

É muita contradição o Papa, que não foi casado, não sabe o que é isto, dar uma opinião como autoridade neste assunto. Desculpem, mas é preciso ser pragmático com este assunto sério. Como ele se arvora o direito de opinar, então, sobre a matéria. E além de querer opinar, edita Bulas Papais já com a condenação, numa quase blasfêmia, pois já quer condenar antes do julgamento de Deus. As mulheres é que tem a autoridade necessária, pois sofrem o problema na carne.

Que então a condenação seja completa e igual O crime do estuprador deve ser classificado como mais que hediondo. Ele foi o motivador de um Aborto.

Conclusões

Nem precisamos entrar profundamente em fatores espirituais para explicar o Aborto Social e o Físico;
O homem é o principal motivador dos tipos mencionados;
O homem é hipócrita, materializando o sentido doaborto;
Seres humanos são mais do que corpo.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Provérbios: Instrução de Pai e Mãe

Diz o livro de Provérbios, capítulo 1, verso 8:

"Filho meu, ouve  a instrução de teu pai, e não deixes o ensino de tua mãe".

Ora, temos exemplos de Pais e Mães ímpios que ensinam filhos a roubar e a traficar drogas. Como fica esta verdade ?

Em primeiro lugar, lendo o livro de Provérbios percebemos que sua finalidade é dar bons conselhos, portanto ele se refere a Pais e Mães virtuosos, que querem o bem para seus descendentes. Em segundo lugar, esta verdade fica esclarecida com a palavra de Jesus, quando em palestra a um grupo de pessoas, lhe disseram que sua mãe e irmãos estavam à porta. E o que Ele disse ?

Mateus 12:48:

"Quem é minha mãe ? E quem são meus irmãos ? "

Mateus 12:49:

E estendendo a mão para os discípulos, disse: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos".

Jesus disse isto não para desonrar a sua mãe, contrariando o que diz o decálogo dos Dez Mandamentos ("Honrarás teu pai e a tua mãe"), e sim para frisar que a verdadeira mãe e os verdadeiros irmãos de uma pessoa são aqueles que ouvem e praticam a Palavra de Deus, como diz ...

Lucas 8:21:

"Minha mãe e meus irmãos são estes que ouvem a Palavra de Deus e a observam".

Ou seja, Jesus, o filho de Deus, esclareceu de forma inequívoca que, acima dos laços materialistas de sangue, uma mãe legítima, justa, é aquela que segue a palvra de Deus, ouvindo e praticando esta. E se não a conhece palavra por palavra e letra por letra, passa aos filhos princípios de justiça e retidão.

Já a mãe louca, deixa os filhos em casa, com fraldas usadas e em meio à sujeira, e vai em busca do seu próprio prazer, ou do vício em drogas, ou em ganhos ilícitos, pois ignora a Justiça e a retidão.

Portanto, logo que o filho tenha razão em sua idade, é bom que lhe seja apresentada a Palavra de Deus, até para poder saber se seus pais estão e conduzindo e o instruindo corretamente.

domingo, 23 de março de 2014

Mapa da Palestina dos Tempos Bíblicos

A geografia é uma ferramenta auxiliar para se memorizar os eventos e particularidades bíblicas. Isto é uma verdade associada à memória humana, cuja fabricação de novas memórias ocorre no centro geográfico do cérebro, o hipocampo.

Os mapas disponíveis na internet decepcionam pela sua falta de detalhe, e os bons mapas estão em publicações caras, inacessíveis ao leigo.Este aqui mostrado vem do "Novo Atlas" de J. Monteiro e F. de Oliveira, edição de 1927, adotado em escolas brasileiras para moças, com patrocínio de americanos, do ano de 1927, portanto, uma raridade: