sábado, 12 de julho de 2014

O Aborto Social e a Hipocrisia Humana

O assunto Aborto é algo que pode derrubar governantes e políticos, ou desacreditar religiosos e famosos. Ele é uma espada na mão da Igreja, seja ela católica, ortodoxa, judaica ou cristã.

Muito de nossa ignorância vem da discussão sem profundidade, apoiada em uma lista deficiente de fatores e de uma visão que não é completa. Para ser analisado, um tema grave precisa partir de uma sua variante mais suave. A variante mais suave do Aborto que chamaremos Físico (retirar, extirpar um corpo em formação) é o Aborto Social. Então, para fixar o referencial deste artigo, tenha em mente o Aborto Físico(1) e o Aborto Social(2). Existe ainda o Aborto Afetivo(3), em que simplesmente você exclui uma pessoa de seu convívio, evitando se relacionar com ela.

A partir daqui, o ser homem vai perceber que é um delinquente disfarçado, ou seja, um hipócrita.

Aborto Social

Foi dito pelos antigos que o Casamento teria que ser até o fim da vida, mas Alguém disse que repudiar a mulher poderia ser possível devido à infidelidade, e também por causa da dureza do coração do homem. Pois bem, isto ter se tornado comum não implica que não fere a ordem social. Não chegamos ainda à ordem espiritual. Ficaremos, por enquanto, na ordem social.

A criança nasce, e do útero materno ela é dada à luz a primeira vez. Quando ela amadurece e pode garantir a sua própria sobrevivência, ela é dada à luz a segunda vez, ou seja, abandona o ÚTERO LAR. Ou você pensa que podemos abandonar um ÚTERO, um recinto protegido, sem cair em outro ? Estar fora de um Recinto Uterino, de alguma espécie, significa a morte. Para compreender esta ideia, veja o que acontece com algumas pessoas que aposentam e morrem, como se sofressem um aborto do UTERUS LABORANDI (o útero correspondente ao local de trabalho). E por que isto ocorre ? Porque esta pessoa não fez da casa o seu UTERUS VIVENDI, isto é, um local seguro para viver. A mulher faz isto naturalmente, pois tem em si um microcosmo modelo (seu útero físico).

O abandono paterno

O réu da acusação, aqui e por enquanto, é o homem (macho da espécie). Ele decide, por razão ou por outra (e isto não é discutido aqui), que vai embora do lar. Seus filhos (estamos considerando apenas o lar com pelo menos um filho) terão a proteção do UTERUS VIVENDI. Ele foi rompido e não tem a proteção integral. Sua primeira camada é a MÃE, e a segunda é o PAI. Tanto isto é verdade, que os filhos terão que ajudar a mãe na manutenção da ordem da casa; terão que ser mais pacientes e mais responsáveis.

Mesmo que pai e mãe trabalhem, os filhos sentem aquela proteção psicológica de que o pai e a mãe voltarão no mesmo dia. E se um deles viajar, é garantido que voltarão findo um prazo, coisa que expressa uma verdadeira noção de Espaço, Tempo e Afeto.

Mas a ruptura uterina pela saída de casa do pai não fica somente no aumento de paciência e de responsabilidade para estes que ficaram. Ela envereda pelo terreno traumático. O filho perde também outros "pedaços". Deixa de receber, todos os dias, o olhar, o abraço e os beijos do pai. Ele fica incompleto. E incompleto é MEIO abortado ou abortado INTEIRO ?

O lado paterno

E o lado do Pai ? O Pai que saiu do lar executou o que classificamos como Aborto Social; ele retirou de sua vida social (e esta envolve CONVIVÊNCIA contínua) aqueles seres. Podem inventar o que quiserem, sob a tarja "PAI PRESENTE", que o dano é inquestionável. Este homem vai, certamente, procurar um outro útero, expresso em outra mulher (contínua ou esporadicamente), pois não consegue escapar disto. Mesmo que seja para a satisfação temporária de suas necessidades sexuais, precisou de um útero, de uma proteção. Este último ato é a verdadeira expressão da INTRUMENTALIZAÇÃO DA MULHER, ou seja, ALGO que se usa por necessidade. Em outras palavras é MATERIALISMO.

O lado materno

Ora, vendo que vai ser impossível instaurar o ÚTERO completo (Lar, Pai e Mãe) para o seu futuro filho, a Mãe constata a invalidade de sua gestação. Se o Pai genético lhe diz que não vai assumir o filho ELE JÁ O ABORTOU em sua mente. Segundo Jesus, se o homem concebe uma má ideia na cabeça, já está no limiar de executá-la (a fantasia é o primeiro passo para a ação). Em outras palavras, o homem (macho) é o primeiro agente do aborto. Alguns até oferecem o dinheiro e dão o endereço da clínica de aborto.

E, se o homem já convive com o filho, dentro do grande ÚTERO que é a casa, ele está, ao abandonar a família, abortando o filho, e fazendo um AUTO-ABORTO, pois está se retirando do mesmo, antes de sua morte, que é o final do período determinado nas palavras:

ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE

É menos frequente as mulheres abandonarem o lar já constituído, que não seja por doença mental, depressão ou distúrbios hormonais que geram os dois primeiros fatores.

Mas, se for vontade da mulher, sabedora de todas as dificuldades humanas e econômicas que advirão da situação, ter o filho, é escolha dela. O filho deve se educado pela sua mãe e pelo pai. Avô ou avó educar neto é ERRADO. Se a menina, mãe da nova criatura, for viva, mas menor de idade, é errado. Melhor que se dê o filho para adoção. Mas se for madura e tiver condições econômicas razoáveis e passíveis demanutenção, e desejar ter o filho, que seja.

Estupro

Em caso de estupro, temos a mesma explicação do lado paterno, ou seja, um arremedo de homem, para simplesmente satisfazer seus desejos sexuais, violenta uma mulher, e sabe que vai condená-la a criar um ser, já abortado na mente dele, estuprador. O novo ser já é MEIO MORTO. A Igreja, materialista, acha que um ser vivo é só um Corpo. E não o é. Um ser é a soma de três:

Vontade da Mãe + Vontade do Pai + Corpo

Um ser vivo (da complexidade do humano) não é só um corpo. Não estamos falando de formas menos evoluídas de vida, mas da mais evoluída.

O lado material

Nas redes sociais, em atitude até desrepeitosa, fotos ou filmes mostram o feto em formação ou já formado na mão do médico ou da parteira ou enfermeira, para convencer as pessoas da barbaridade do ato. É uma expressão puramente materialista, pois na mente do Pai (em primeiro lugar) e da Mãe (que não teve escolha) ele já está morto. Como dissemos acima, um ser não é tão somente definido por um Corpo. A prova disto, em termos espirituais, é o que Jesus disse:

Até destas pedras Deus pode suscitar filhos à Abraão

já deixando claro ao homem que a visão deste é materialista.

A Igreja

É muita contradição o Papa, que não foi casado, não sabe o que é isto, dar uma opinião como autoridade neste assunto. Desculpem, mas é preciso ser pragmático com este assunto sério. Como ele se arvora o direito de opinar, então, sobre a matéria. E além de querer opinar, edita Bulas Papais já com a condenação, numa quase blasfêmia, pois já quer condenar antes do julgamento de Deus. As mulheres é que tem a autoridade necessária, pois sofrem o problema na carne.

Que então a condenação seja completa e igual O crime do estuprador deve ser classificado como mais que hediondo. Ele foi o motivador de um Aborto.

Conclusões

Nem precisamos entrar profundamente em fatores espirituais para explicar o Aborto Social e o Físico;
O homem é o principal motivador dos tipos mencionados;
O homem é hipócrita, materializando o sentido doaborto;
Seres humanos são mais do que corpo.

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