sábado, 28 de julho de 2012

Os limites da alma e do corpo - Do Universo ao homem

Estranho início para o ser humano, que diferente dos animais, demora a andar, e só mais tarde começa a falar, a entender e a pensar.

O homem como parte do Universo

O homem, na parte material, tem os seus constituintes originários do Universo, ou, em outras palavras, do enorme Sistema que o cerca. Abordando o assunto friamente pelo ramo da lógica, sendo este homem originário do Universo, ele tem que ter com ele semelhanças.

O Universo

Como nos parece o Universo ? Uma série de sistemas planetários dentro de sistemas maiores, conhecidos como Galáxias. Nestes Sistemas Planetários, os planetas circulam (em elipses) em torno de um astro luminoso, semelhante aos elétrons em torno dos átomos. Esta semelhança funcional e genérica, está sujeita a leis físicas bem definidas (pelo menos as Primitivas que conhecemos), de periodicidade (ondas) e repetição. Esta funcionalidade expressa em leis vai só até uma natureza mecânica, ou seja, falta vida sob o ponto de vida do macrocosmo. Planetas circulam, astros emitem luz a custa de fusão de hidrogênio (podem existir outros tipos), e o movimento das entidades planetárias deforma linhas do espaço/tempo produzindo a gravidade e a ordem invisível de atração e repulsão que mantém o Universo coeso.

Mas estes movimentos não expressam algo bem superior funcional e objetivamente observado no microcosmo: a VIDA.

A Vida

A vida, termo que deve ser esclarecido, foi constatada filosoficamente, pois é o nosso estado mais constante, e só completamente após a primeira morte, pois não se pode achar o significado completo de uma ideia sem o seu oposto. pois só assim se atinge o equilíbrio.

Mas o que é a vida ? A vida é um estado temporário, que exige elementos do Universo (substâncias químicas) e que ainda gera valores éticos, pois, não estando a mesma independente em um dos locais do Universo, em que se manifestou, precisa ainda viver em comunidade para se manter, e se exprimir como algo coerente, no sentido em que se acaba mas produz novas vidas, evitando a extinção de si própria.

Em outras palavras, mantendo a fidelidade aos dicionários, a Vida é um estado de incessante atividade funcional. O Universo é vivo neste sentido, mas não manifesta comportamentos éticos ou morais e nem a formação de comunidades. Uma Galáxia não pode ser adjetivada com comunidade.

A nossa constante atividade é ditada por objetivos ético-morais de uma outra força inexplicável e inequacionável: a Vontade.

A Vontade

Tentando estabelecer a coerência entre macro e microcosmo, responda: Um planeta tem Vontade de orbitar em torno do seu astro luminoso ? Um sistema planetário tem a vontade de orbitar em torno do centro de sua galáxia ?

A Vontade, ela sim, é a fonte da tal "incessante atividade funcional". O descanso, é atividade ou a negação desta atividade ? Então perguntamo: quando o indivíduo está descansando, ele está num patamar de "anti-vida" ?

Ora, todos os esforços de conceituação instrumental da Vida são inócuos, enquanto não se entra com o "anima", ou seja, princípio cósmico disparador da vida. O indivíduo em descanso está em atividade funcional e ético-moral. Não é só o seu ser biológico que está sintetizando nutrientes e consumindo gases de respiração.

Mas da vontade se fala, junto à definição de vida, que deve ser uma atividade constante, senão o ser microcósmico se entrega à cessação absoluta de seu próprio ser. Antes da introdução da alma, o ser é totalmente mecânico, pois como elemento do cosmo (eminentemente mecânico), não pode incorporar algo conhecido como Vontade, pois esta é ética e moral, relacionada a sentimentos de atingimento de metas e objetivos em sua Vida.

Também o macrocosmo, reconhecido como algo que obedece às leis expressas por equações, não admite "exceções temporárias" de suas leis, para atender às Vontades que lhe surgem. Isto só acontece no microcosmo do homem. Animais não tem metas e objetivos que não sejam o de se nutrirem para não morrerem e de se reproduzirem, não sabem por que.

Se o Universo formou a mim, ser humano, com Vontade própria, por que ele não evoluiu neste sentido após me ter concebido ? Em outras palavras, se Ele atingiu um grau de evolução tão grande a ponto de produzir Vida, por que Ele não mostra agora Vontade própria, e continua a ser meramente um mecanismo de Sistemas Orbitais absolutamente resignados em sua repetição infinita de ciclos ?

Como um aglomerado de matéria, que sou, oriundo do Universo, tem Vontade. Gostaria que os céticos nos explicassem:

De onde vem a Vontade que habita em nós: das substâncias químicas ?

Alma

Tendo visto que a Vontade não é fruto de equações de leis físicas, só resta procurar o que "anima" o ser humano a fazer algo. Chamemos a isto de Alma, só para não ultrapassar os dicionários e não nos expormos ao concretismo dos céticos que se opõem a novos conceitos, por não conseguirem nem lidar com os velhos.

Para chegar algo próximo da Alma, vamos recapitular o nosso crescimento desde a saída do ventre materno, em um exercício filosófico.

Ao nascermos, este nosso corpo, puramente físico, subsistema conceitual de um sistema maior, o Universo, material, sem alma, mecânico e repetitivo, é até parecido com o que lhe deu origem em todos estes atributos. O bebê mais parece um sistema mecânico, apenas com a pequena diferença de clamar por alimento.

Mas depois, este "Subsistema do Universo" começa a querer, ele mesmo, ser um Universo, pois descobre seus membros e aprende a manipulá-los (mãos, pés, boca). Mas poucos anos mais, este Ser faz algo que nem seu próprio "pai", frio, mecânico, repetitivo e sem vontade faz: falar.

E junto ao falar, vem compreensão e diálogo, interação, coisas ABSOLUTAMENTE DISTANTES das capacidades de seu "pai material": o Universo.

Só isto destrói o paradigma materialista. Universo calado, ser humano pensante e falante.

O ser diante do Universo

Para mostrar que o Universo frio não é o "pai" do ser humano, pense um pouco e se pergunte:

Como é que o homem, subsistema do Universo, que veio dele, não sabe o que Ele (o Universo) é ?

O homem teve e ainda tem que estudar muito para entender o Universo. O ser, parte dele, não sabe o que este Universo é. Não existem respostas oriundas de um Sistema mecânico. Se o ser tivesse unicamente a natureza mecânica do Universo, por vir dele, ELE SABERIA EXATAMENTE O QUE É, pois funcionaria tal como o Universo. Acontece que o Universo não possui uma alma, e não toma decisões, mas simplesmente sucumbe aos ditames das Leis Físicas.

A única resposta plausível é: a alma do homem não veio do Universo, e sim de fora dele. E não estamos falando de outro planeta, pois qualquer planeta, segundo a lógica coerente do Universo, é apenas um elemento mecânico que obedece a leis físicas e repetitivas de periodicidade de rotação em torno de um astro luminoso. Só isto.


O Portal e a Panela


Termo muito usado ultimamente, o Portal de que queremos falar é um acesso que se abre para um terreno sutil que injeta em microcosmos algo diferente de partículas físicas. Este terreno é algo "fora do véu" dos céus, algo fora da cena, como a chama que fica fora de uma panela, e a aquece, e promove as reações químicas no interior da panela.

Um grão de arroz, em sua simples existência, acha que o Universo se resume à panela.

O Universo é isto, apenas uma Panela. Ele não é o TODO. O TODO está muito além do alcance de nossa razão. Os céticos olham para este nosso mundo e acham que só isto existe. Indo mais longe, sempre que você estiver em um contexto, imagine que existe o "fora dele", e que existe ainda mais neste "fora dele".

Pergunta final


De onde vem a Alma ? Viva e responda, sempre lembrando do que dissemos nas entrelinhas:


Tente enxergar mais longe













quarta-feira, 25 de julho de 2012

Livre arbítrio, Escolhas, Destino e Deus

As pessoas entram em cólera quando se fala em Destino. Muita gente não aceita a ideia de que sua vida está traçada. Não estamos dizendo que isto é verdade, e nem mentira.

Começando das nossas Escolhas. Sendo boas ou ruins, são baseadas no nosso Conhecimento. Mas existe algo inconfessável do ser humano, que chamaríamos de "Princípio do Frio para o Cobertor que se tem". O que vem a ser isto?

Continuemos do ponto em que as escolhas são baseadas no Conhecimento. Ele é construído no interior do nosso ser na base do "foi bom" ou "foi ruim". Nosso ser afetivo, principalmente, que é primitivo em sua concepção mais profunda, guarda impressões misturadas o bastante para serem chamadas de confusas. Um exemplo desta confusão é o de uma frase que detestamos. Pode ser qualquer uma, como "fique esperto menino". Ela, em seu conteúdo semântico não é ruim. No entanto, pode ter sido dita por alguém que detestamos, numa situação em que nos deveria ter dado o caminho para correção de nosso rumo, e, de preferência longe de muita gente, longe de platéia, para que não fossemos ridicularizados. E então passamos a odiar a frase, pelo contexto ruim que ela nos lembra.

A soma, neste contexto de:

Locutor que odiamos + Platéia nos reprovando + Necessidade de Correção Sadia não Satisfeita

produz algo a que chamamos MÁGOA. E Mágoa não é Conhecimento; Mágoa é desestímulo e descrença. E descrença é um dos "afluentes inversos" do Conhecimento, ou seja, é como tentar subir este afluente, enfrentando a sua força, lutar contra a corrente.

A Mágoa é um contra-conhecimento

Outros derivados mais graves, resultantes do "apodrecimento" da Mágoa são a Aversão, o Ódio, o Desamor e a Auto-destruição.

Destruindo os apoios que sustentam o Conhecimento, incluindo a Cobiça ("apressador" do Destino), a Inveja e a Oposição pela simples vontade de ter razão, as Escolhas saem erradas, gerando novas Mágoas que realimentam o ciclo vicioso citado.

Mas existem outras razões que entram nas Escolhas. Uma delas é um Auto-Conhecimento de Defesa. O ser humano nesta situação de defesa faz as escolhas como se estivesse escolhendo o Frio que seu Cobertor pode suportar. Acontece que a vida dá chances de se obter cobertores cada vez mais grossos, não através de dinheiro (o remédio da pressa) mas através do Conhecimento.

E quem procura Conhecimento ? A resposta é uma contradição, a princípio. São os sábios que mais buscam o conhecimento. Os tolos procuram acúmulo de bens e direitos. O sábio não procura dinheiro, mas acaba ficando rico em bens que "a traça não come". Os tolos procuram só o dinheiro e o poder. Acontece que outros tolos também o querem, e tanto estes quanto os primeiros acabam por perdê-los.

E o Destino ?

O Destino é uma "lei silenciosa", que sabe que o cobertor que o ser humano vai escolher é aquele que se adapta, geralmente, ao frio que sente, pois poucos são capazes de abandonar os que já tem para procurar os mais bem costurados e quentes. É o velho cumprimento do ditado "quem nasceu para tostão não chega a milhão". E isto não vale só para o dinheiro, mas também para o Conhecimento.

E o Livre-arbítrio

Pela razão exposta do Auto-Conhecimento de Defesa, já sabemos que o ser humano NÃO TEM UM LIVRE ARBÍTRIO genuíno, e sim um obliterado pela sua deficiência de Conhecimento. Nunca estamos suficientemente maduros para enfrentar situações novas, nunca estamos completamente destituídos de Mágoas e nunca nos afastamos da INVEJA.

Quando reivindicamos direitos e igualdade, já estamos querendo também igualar nosso Destino aos dos outros. Você consegue deixar isto distante do terrível e astuto sentimento de INVEJA ?

A Democracia

Na busca por Igualdade e Liberdade, acabamos por nos considerarmos membros de um grande organismo; isto é BOM. No entanto, neste grande organismo, todo mundo quer ser Boca e Estômago. Ninguém quer ser Braço para levantar o pesado e nem Perna para sustentar e levar o grande corpo prá lá e prá cá.

A Democracia é um "Frankestein" de pernas e braços atrofiados, mas com uma boca de jacaré e ventre barrigudo. Poucos trabalham duro e muitos querem só comer nesta Utopia chamada Democracia.

Conclusão

Se o quarto item da lista do título desta matéria, Deus, não for colocado na equação das facetas da vontade e desejo incontroláveis do ser humano, os três primeiros não existem.