segunda-feira, 15 de junho de 2015

Os Gigantes na Bíblia

Para discutir o assunto que trata dos gigantes, seja no que se refere à Bíblia, seja nos casos disponibilizados pela medicina, precisamos abordar o tema de forma científica.
No estudo desta parte do Gênesis eu resolvi consultar um médico, de forma que ele me desse uma visão real do que se sabe até hoje sobre o crescimento humano.

Nos cursos básicos das escolas dá-se ao aluno uma visão um pouco distorcida do crescimento, atribuindo-o à glandula Timo. O crescimento físico humano é realmente obra de um hormônio produzido pela porção anterior da Hipófise (nossa glândula mestra).

Energia e Crescimento ?

A tendência de todos os sistemas químicos é o equilíbrio, esta é uma lei da química. O Princípio que rege este axioma é o Princípio de LeChatelier. A tendência das células é a de ganhar volume e de se reproduzir. Isto acarreta o nosso crescimento. No entanto, nosso próprio crescimento começa a provocar o aumento das forças de oposição a este crescimento, expresso em reações químicas.

Durante os primeiros anos de vida, a Hipófise libera o hormônio de crescimento - GH - na corrente sanguínea. Este hormônio provoca o aumento da síntese proteica celular. Se as proteínas necessárias ao crescimento da célula são fabricadas a uma velocidade maior, é claro que a sua maturidade e consequente reprodução vão se dar mais cedo.

No entanto, com o aumento do volume corporal, e concomitantemente ao aumento da demanda por energia devido a este volume e ao aumento do gasto das reservas de gordura e glicose com as atividades laborais e sociais, a síntese proteica não mais pode se dedicar exclusivamente ao crescimento, mas à manutenção dos diversos sistemas e subsistemas do corpo avantajado.

Gordura e Glicose 

O que é desejável em um crescimento sadio é o consumo de gordura para produção de energia pelo corpo. A glicose, mais especificamente o glicogênio, é uma fonte rápida de energia. Parte da gordura (que não é consumida) se transforma em glicogênio para reserva. Um sinal desta distribuição são as espinhas nos jovens, devido à maior liberação de energia oriunda da gordura.

O hormônio do crescimento (GH) faz justamente isto. Ele aumenta a preferência pela gordura na produção de energia.

Quando o corpo enfrenta uma situação crítica em que precisa de energia imediata, como nas corridas e esforços musculares, ele dá preferência à glicose, pois a obtenção da mesma pela gordura é mais lenta.

Fim do crescimento em altura

Um erro de abordagem é crer que em determinado momento paramos de crescer. Isto se dá, principalmente, em termos ósseos. Nossos cabelos, orelhas, nariz, unhas continuam crescendo.

A cessação do crescimento em altura se dá quando as cartilagens entre os ossos "fecham" e param de se diferenciar em tecido ósseo. O próprio osso, quando quebrado, se funde novamente e produz os "calos" ósseos.

Podem haver Gigantes ?

Não devemos fazer da denominação Gigante um limite para o crescimento em altura do homem. A maior parte dos praticantes de basquete ganham alturas observáveis em qualquer clube que tenha praticantes desta modalidade de esporte. Qual é o limite ?

No Distrito Federal temos um garoto de 10 anos com dois metros de altura. Então alguém vai dizer que é uma disfunção. Mas disfunção é apenas um substantivo para algo que é totalmente possível, mas que ocorre raramente. Se ocorre algumas vezes, pertence ao rol de coisas possíveis de ocorrerem com o corpo humano.

Se um garoto de 10 anos com "disfunção" do crescimento, já tem 2 metros, a qual altura poderá chegar aos 18 ? O turco Sultan Kosen tem 2 metros e 51 centímetros de altura.

Conclusão

Não existe obrigatoriamente um limite para o crescimento humano em altura, a não ser os limites impostos pelas dimensões dos "itens utilitários do cotidiano". Veículos, cômodos, móveis e utensílios tem um tamanho médio que pode ser insuficiente ou incômodo para pessoas com características de gigantismo. O limite é a sociedade, e não o corpo humano.

Além de tudo isto, hoje, através da genética, você pode produzir embriões com alturas avantajadas facilmente. No entanto, se eles serão saudáveis e se vão ter uma expectativa de vida compatível com a nossa, é outra história.
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Opinião do prof. Ruy B. Barbosa veiculada sob este pseudônimo no Youtube (ID=116583002871419115352)

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