domingo, 21 de outubro de 2012

Por que o faraó recebeu Moisés tantas vezes ?

Transporte você mesmo, corpo e mente para aqueles tempos imemoriais do Egito. Tempos de um Rei que, sendo o sumo-sacerdote do culto aos deuses, acreditou ser ele mesmo um deus.

Um homem que acredita ser um deus não recebe qualquer num. Anda distante de seus súditos, preocupando-se com eles somente quando a segurança e a ordem de seu Reino está em perigo. E entre seus súditos estavam os escravos. Achando indigno demais conseguir seus objetivos pelo esforço de suas próprias mãos, este semideus precisava do braço dos escravos. ATÉ O DIABO USA OS BRAÇOS HUMANOS para atingir os seus objetivos (matar, roubar, destruir). Assim era o Faraó ( mo "casa-grande"), com a diferença para o diabo no aspecto de que não queria destruir, pois queria que seu legado continuasse até o futuro mais longínquo possível.

Então, prosseguindo, o Faraó precisava dos braços dos escravos. Ele podia forçá-los ao máximo, MAS NÃO PODIA QUEBRÁ-LOS, não de todos os escravos de uma vez só. Castigos só eram usados para dar exemplos. E pelo que vimos dos encontros com Moisés, a quem a turba delegou poder, de uma forma ou de outra, o Faraó se viu OBRIGADO A NEGOCIAR.

E por que se viu obrigado a negociar com este Moisés?

Os hebreus estavam construindo suas cidades, e Moisés se apresentava como um líder. Mas foi só isto ? Não. Moisés tinha instrução para argumentar, e o fazia em nome de um deus, pela visão do Faraó, e do DEUS único pela visão dos hebreus. Pelos fatos históricos, Moisés foi educado na corte egípcia, até porque a forma do culto, os paramentos sacerdotais e os acessórios de culto (a arca lembrando a arca de Amom, as vestes de linho, a fixação de ouro utilizado nos objetos) provam uma absorção, bem como a diretriz de se evitar o uso de traços rituais que pudessem comprometer a saúde dos hebreus. Moisés conhecia tanto o significado como os acessórios rituais dos Egípcios.

Como então autoridade nos usos religiosos dos egípcios, os sacerdotes não poderiam entrar em combate verbal com Moisés. Fosse um qualquer, não instruído na civilização egípcia, ouviria toda hora interjeições como:

Você sabe por que fazemos deste jeito ?

O status dos escravos

Conhecedor das leis egípcias, Moisés podia levantar questões acerca do tratamento dado aos escravos. Os hebreus não foram escravizados sob o status de "prisioneiros de guerra". Eles foram escravizados sendo uma etnia que residia por muitos anos sob a benção de um Rei semita. O tratamento dado a eles não podia ser de prisioneiros de guerra.

O status dos escravos hebreus era de servos do estado, e não servos de senhores em particular. Eles podiam ser severamente castigados, mas não mortos, pois morto não trabalha. E, ao que parece, os castigos exagerados não eram frequentes, pois se o fossem, Moisés já estaria habituado, e aceitaria naturalmente, e não teria matado o egípcio que feria a um seu irmão.

Mas na época de Moisés, o número excessivo dos hebreus preocupou o Rei. Talvez até matar escravos tivesse sido permitido. Neste ponto é interessante ter em mente que os escravos eram caros no Egito. Temos o dado de um escravo vendido a 20 unidades de prata (13.6g x 20 = 272 g) documentado na  stela of Sheshonq. Agora pense, se um escravo valia tanto, você acha que o seu Senhor o mataria ?

Os hebreus não eram uma coleção de escravos à venda. Era respeitada a sua condição de nação, senão o Faraó os teria vendido, auferindo desta venda enorme quantidade de prata. Talvez, se o fizesse, arranjaria uma disputa com os povos semitas ao redor, pois até hoje guardam conceitos de tribos familiares. Ao redor residiam os remanescentes dos hicsos, edomitas, nabateus e tantos outros. Uma tentativa de "Progrom" teria  como consequência a guerra.

O fato

Bem, o próprio fato de receber Moisés, razão do que estamos procurando, já prova que os hebreus não eram uma coleção de escravos, pois do contrário Moisés seria escorraçado da presença do Faraó a pauladas e chibata.  

Conclusão

O Faraó recebeu Moisés por ele ser realmente um representante reconhecido de um povo que não era exatamente uma horda de escravos.

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