sábado, 25 de agosto de 2018

Desacreditar do passado, duvidar do futuro

As pessoas tem certos discursos aprendidos de terceiros, sem estudo, e não só os mantém, a vida inteira, como passam para as próximas gerações.

Os relatos históricos, testemunhos, cartas, tratados, livros, peças de teatro e livros com conteúdo religioso ou mitológico , como a Bíblia, a Ramayana, o Mahabarata, a Ilíada e a Odisséia, por serem antigos, são vistos, devido aos discursos de pessoas que não tem o estudo adequado, como lenda, como algo de que se deve duvidar, como algo incerto, pois tratam de fatos passados, e como não foram registrados em vídeos do Youtube (esta é a verdade), não devem ser verdade.

Cultura do visual

A cultura de nosso tempo é ESSENCIALMENTE VISUAL. Pessoas são filmadas recebendo propina, colocando dinheiro na cueca, em malas, na meia, e onde quer que possa caber sem ser visto. Isto é verdade. Quedas de aviões são filmadas, e desta forma são chamadas de fatos reais.

Em resumo: APARECEU NO YOUTUBE É VERDADE.

Mas os pergaminhos, as bibliotecas antigas, também eram o "Youtube" para as pessoas da época. Quando surgiu a imprensa, e os primeiros livros apareceram, foi como o advento da Internet para as pessoas daquela época. O livro impresso era tão eficaz para espalhar o conhecimento quanto os textos de blogs, os videos de Youtube e as mensagens de Whatsapp. Os livros gozavam de ALTA CREDIBILIDADE.

O paradoxo do tempo

Vamos fazer um pequeno experimento humano, para mostrar o paradoxo do tempo no raciocínio das pessoas. Imagine a seguinte situação:

"Você deve se imaginar vivendo no ano 1500 em Portugal, quando a tecnologia de ponta eram as Caravelas e Galeões construídas pelos ingleses para os portugueses. Estes tipos de embarcações eram como discos voadores para o povo português."

Então perguntamos ao leitor:

Vendo aqueles enormes barcos, você imaginaria que, no futuro HOJE, teríamos celulares ?

Estamos, com este experimento mental, mostrar como as situações de dúvidas quanto ao passado e descrédito quanto ao futuro tem a mesma raiz no raciocínio: a viabilidade de poder ocorrer.

Mas o passado leva vantagem, pois foi REGISTRADO em pergaminhos, na pedra, em papel. Foi registrado no maior invento da humanidade: A ESCRITA.

A natureza dos eventos

O que se registra pela escrita ou por intermédio de vídeos são eventos, acontecimentos, fenômenos naturais. Os eventos da Bíblia e do Ramayana hindu são muito fantásticos.

Mas pense agora. Se houvesse um cataclismo terrestre, e todos os celulares sumissem, assim como os aparelhos eletrônicos, não os manuais nem algumas revistas falando sobre eles. Será que a quarta geração de humanos, pós século XXI, acreditaria que eles tivessem existido ?

Pense bem. Aquelas pessoas, que nasceram após o cataclisma, sem celulares e aparelhos eletrônicos (pois ter-se-ia esquecido como fazê-los), acreditariam que um dia existiu um aparelho que falava à distância e tinha o poder de um computador ?

A resposta é um redondo NÃO.

O ser humano tem em sua natureza a dúvida, a tendência ao descrédito e a incerteza.

Criatividade e invenção

Os inventores, cientistas realizadores e o0s criadores, sabem, como muito poucos, conceber algo e vislumbrar este algo como possível e factível, bem como objetivamente realizável. Eles não se comportam como a maioria dos homens, que só sabem usar aquilo que os outros inventaram. Por isto são pessoas especiais,

Da mesma forma, os que acreditam em algo que passou, registrado por escrito, mesmo parecendo extraordinário, são como CRIADORES DE UMA REALIDADE QUE ACONTECEU. Parece redundante, mas ao ler algo que aconteceu, e que não se vê mais, é preciso ser uma espécie de REINVENTOR DO PASSADO.

Conclusão

A dúvida não se divide, na mente, como uma disciplina bem organizada, em dúvida quanto ao passado e dúvida quanto ao futuro. O descrente aponta sua dúvida tanto para o passado quanto para o futuro. Dúvida é dúvida.

Um comentário:

  1. Não sabia que as duas coisas se relacionavam neste aspecto:passado e futuro. Acho que eu mesmo duvidaria que o celular seria possível. Quando assistia Dick Tracy, um detetive que usava um rádiocomunicador no relógio, achava engraçado, e pouco possível que um dia existisse.
    É triste admitir.

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