sexta-feira, 14 de junho de 2013

Moisés, o Egito e o Deserto

A odisseia de 40 anos dos hebreus saídos do Egito (não falamos foragidos, nem exilados) tem um profundo significado de oposição aos valores da Civilização Egípcia, evoluída para a época, porém abominável aos olhos de Deus.

Vamos colocar estes valores frente a frente, para compreender o que Deus queria mostrar:


IMPÉRIO EGIPCIOD e s e r t o
Vida em cidades (Sedentarismo)Vida em Tendas (Nomadismo)
Dependência do NiloDependência de Deus
Deuses comparados a animaisHomem comparado a Deus
O estrangeiro é um inimigoO estrangeiro é um hóspede
Interpretação de divindades zoomórficasInterpretação da divindade como ela é, e não como o povo quer
Falsificação, exagero e destruição de registros históricosRegistro das Leis, Mandamentos, rituais e dos insucessos da Tribo e da comunidade
Apego aos lugares, xenofobia e falta de hospitalidadeDesapego, respeito aos usos e costumes dos citadinos da região.

A vida nas cidades

Não é novidade para o homem moderno os enormes problemas que uma cidade traz. A principal razão para isto é a CONCENTRAÇÃO DA RIQUEZA em uma região restrita. A tendência do homem de se aglomerar em cidades é outra faceta do episódio bíblico da construção da Torre de Babel. Por medo, preguiça e FALSA IDEIA DE PROTEÇÃO, o homem quer morar perto de onde provavelmente podem vir as riquezas. E aqui se manifesta o vaticínio de Jesus: "O amor às riquezas é a raiz de TODOS os males".

A cidade, a metrópole representa uma espécie de "deus coletivo", esculpido pelo próprio homem. Você já tinha parado para pensar nisto ? Em uma grande cidade, tudo está disponível para conforto do homem. Outros sempre produzem aquilo de que você necessita, o que consome, desde o essencial até o mais fútil artigo cuja necessidade é criada pela propaganda. Isto é tanto verdade que, as pessoas que priorizam sucesso, fama, riqueza, abandonam suas cidades pacatas para mergulhar na ilusão da Cidade Grande.

A vida em Tendas

Decerto que as tendas dos sultões árabes e até a de Abraão eram suntuosas e repletas de riquezas. Mas ali só podia haver o necessário, pois após a decisão de se mudarem, tudo tinha que ser embalado para ser transportado. A movimentação periódica possibilitava o conhecimento de outros lugares, outros povos. Isto significa desapego aos lugares. O que importava era estar onde Deus mandava estar.

A dependência do Nilo

Esquecendo que o rio só representa uma "facilidade provida pela natureza", os egípcios ENDEUSARAM a figura do Rio. Os homens que desejam uma vida mais fácil se estabelecem nas beiradas dos rios, pois sua fertilidade propicia as colheitas com mais facilidade. Isto mesmo considerando que era preciso estabelecer os canais de irrigação. Mas era mais fácil, e continua sendo, viver na beira de um rio.

A dependência de Deus

Na caminhada pelo deserto, sem um rio próximo, é preciso sobreviver à custa de Água Subterrânea. No deserto de Midiã, por onde andou o povo hebreu, encontram-se, de quilômetros em quilômetros, os poços
cuidadosamente cavados pelos nômades. Em determinados lugares a aflição do povo hebreu foi tamanha que eles protestaram contra Moisés, e ele teve que tirar (a célebre metáfora) Água da Pedra. Ele desvendou veios hidráulicos que correm em determinados trechos das rochas.

Você abrir a rocha, ou cavar um poço, sem estar vendo se ali realmente vai jorrar água, é depender de Deus. O rio é uma fonte muito fácil. Já as areias ou a rocha são para quem realmente está sob a dependência de Deus.

Deuses comparados a animais

É notório, entre os estudiosos de Mitologia, que os valores dos deuses eram mais facilmente inteligíveis através da sua comparação com os atributos dos animais, naquele estágio de verdades agrárias da humanidade. Hoje isto não seria possível, pois tem crianças que nunca viram uma galinha viva. Mas das simples metáforas animais, o povo interpretou verdades concretas, e os sacerdotes, coniventes com este proceder, pois atendia aos seus interesses e ainda incentivava o comércio de estatuetas. Um deus puramente espiritual não rende bens de comércio. Foi a dupla esperteza.

Homem comparado a Deus

As verdades mitológicas ensinam que o homem pode provir da coxa de um deus, do jorro de um lago, mas nenhuma doutrina tem a coragem de dizer que "Deus fez o homem à sua imagem e semelhança", E o homem maldoso, por sua vez, não quer aceitar esta doutrina, pois vai lhe dar muito trabalho se alinhar à imagem de Deus, largando os intuitos perversos de seu coração.

O estrangeiro

Por estar em sua própria terra, onde nasceu, e achar que ela é sua, o homem sedentário cultiva um sentimento exacerbado de territorialidade. O estrangeiro no Egito era considerado um espião, um inimigo, uma ameaça. E a doutrina judaica ensinava justamente o contrário, a ser hospitaleiro, pois "pensando receber um hóspede, você pode estar recebendo um anjo".

Interpretação da divindade

Este é um conceito ligado ao que já falamos sobre os deuses comparados a animais. E o conceito ficou, e os sacerdotes nada faziam para levar o povo ao entendimento correto da divindade. Já as escrituras sagradas chegam até a falar de um deus CIUMENTO. Pelo mandamento de "amar a Deus sobre todas as coisas" se compreende que Deus quer uma relação exclusivista. Um egípcio jamais absorveria tal verdade. Ele chamaria Deus de egoísta, como algumas pessoas da nossa era moderna também fazem.

Registros históricos

Os egípcios só registravam aquilo que lhes interessava e, no caso das batalhas, exageravam a vitória, e falseavam suas derrotas. Já as escrituras revelam todas as falhas, todas as burradas e falta de visão do povo hebreu quando as cometiam. Os egípcios chegava a apagar de seus monumentos os nomes dos faraós desafetos, como o provam as marcas de ferramentas de ponta em determinados trechos dos hieróglifos. Isto é a prova de que os egípcios tinham um espírito fraco, medroso e contemporizador com o poder.

Apego aos lugares

Os egípcios variavam de preferência em relação aos seus deuses de acordo com a cidade ou região do Império. Ou seja, havia deuses regionalmente mais fortes em determinados lugares. Já os hebreus, com um deus Único, podiam ir a qualquer lugar, pois a morada dEste deus estava (e está) em seu coração, e não varia de região. E este desapego aos lugares facilitava o desenvolvimento do seu dom para os negócios, para o comércio. Ao contrário do que se pensa, este dom vem de longa data, e não resultou das proibições de exercerem as profissões comuns entre os povos.

Conclusão

Deus permitiu que os hebreus vivessem tantos anos entre os egípcios para mostrar como o homem, sem Deus, tende a fazer tudo ao contrário do que Ele deseja e estabeleceu como correto.







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