segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Nietzsche, malícia dos filósofos - Parte IV

Neste post ainda vamos conversar sobre a parcialidade ou imparcialidade dos filósofos.

Veja o que o "alemão bigodudo" diz sobre sábios:

"... os verdadeiros "interesses" do sábio se encontram geralmente noutra parte ..."

Ele está lançando a indireta de que o sábio direciona seus discursos e teses para prestarem um serviço a si mesmo. Falando de filósofos gregos, podemos garantir que não. Havia a busca pela compreensão do contexto ao seu redor. Pode-se dizer que um tempo depois também havia a busca por ATRAIR DISCÍPULOS, ou seja, sem floreamentos, uma pequena VAIDADE.

Mas para cumprir esta vaidade, os valores e sistemas filosóficos tinham que ser bons, pois de outra maneira os discípulos se bandeariam para a oposição.

E novamente o alemão cai no problema da PARCIABILIDADE dos filósofos:

"No filósofo, nada há que possa ser considerado impessoal."

E completamos:

" ..., a não ser que ele seja um ROBÔ."

Acabamos de resolver o problema de Nietzsche neste sentido.


Dionísio

Dionísio era para os gregos o que Baco (deus do vinho, das festas e da insanidade) representava para os romanos. Foi criado pelas ninfas, por ordem de Zeus (que o concebeu em sua coxa).

Quando se diz que Epicuro (filósofo do prazer, do curtir a vida) fazia chacota de Platão, por motivo de inveja, chamando seus discípulos de aduladores de Dionísio, estava querendo colocá-los como seguidores de um prazer leviano, pois queria dizer aos outros que a filosofia de Platão nada valia. O próprio texto confirma isto.

Mas queremos falar da fixação de Nietzsche por Dionísio, uma das personalidades que assumia em seus delírios, conforme citado na parte I deste estudo. Pense o leitor sobre este fato. As pessoas assumem personalidades de seus mentores, de pessoas que admiram (ídolos), ou de alguém sobre quem tenham estudado mundo, ou de alguém a quem tenham combatido demais.

Pergunte-se:

É possível alguém admirar Dionísio, um deus do prazer, meio distante da realidade, pois vivia em transe, enebriado pelo vinho ? Não soa como algo muito esdrúxulo ? No caso de Nietzsche assumir a personalidade de Jesus em seus delírios de loucura, é compreensível pois, no fundo, suas idéias combatiam o que Jesus falou. Mas assumir a personalidade de alguém que era um mito "sem vida" (só existia na mitologia), é prova de uma insanidade.

Vejamos por atos de Nietzsche, como entra Dionísio em seus valores, para tentar achar explicação para isto.

Ora, nosso poeta alemão louco escreveu 9 poemas referidos como "Ditirambos de Dionísio", em que ressalta valores opostos ao cristianismo. E escreveu tais poemas por pretensa inspiração do próprio Dionísio. É isto razoável. Existe nisto uma racionalidade ?

É preciso ter muito cuidado quando você se torna combatente de uma ideologia ou filosofia que lida com o divino pois,

Ela pode te tornar demente

Epicuro e Platão

Este trecho é concluído mostrando claramente o motivo que deixava Epicuro com inveja de Platão.




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